Álvaro Dias tenta reverter liminar contra quebra de sigilo de Eurico Miranda
O documento da CPI expõe denúncias envolvendo o dirigente vascaíno, como a de evasão de divisas nas negociações dos jogadores Bebeto e Edmundo com clubes do exterior e a realização de operação no valor de US$ 110 mil sem o devido registro no Banco Central. Além disso, a CPI justifica a necessidade de quebra de sigilo citando outros episódios que envolvem Eurico Miranda e a administração do Vasco: o "sumiço" de R$ 70 mil da renda de um jogo do clube contra o Flamengo, em 1997, que o dirigente alega terem sido roubados, e as dificuldades que, segundo o ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, o clube carioca impôs à fiscalização do INSS.
Na opinião de Álvaro Dias, já há elementos suficientes para que a Câmara dos Deputados inicie processo de cassação contra Eurico Miranda. "Para o julgamento político não falta mais nada, além da instauração do processo que culmine com a cassação", comentou.
Além disso, sustenta o senador, o Ministério Público pode abrir inquérito para apurar as irregularidades e as suspeitas de enriquecimento ilícito levantadas pela Rede Globo no sábado (dia 3).
- O que há é uma coleção de ilícitos que configuram crimes contra a ordem tributária e contra o sistema financeiro nacional: evasão de divisas, sonegação fiscal e enriquecimento ilícito. Já temos informações bancárias e fiscais e precisamos de um detalhamento que a liminar do STF interrompeu.
As denúncias de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, por meio de firmas sediadas em Miami das quais o deputado seria sócio, devem ser investigadas com a cooperação de autoridades americanas. Álvaro Dias informou que vai enviar ofício à Advocacia Geral da União, solicitando a quebra dos sigilos no exterior. Isso será possível devido a acordo de cooperação e assistência judiciária mútua em matéria penal, aprovado pelo Senado em dezembro.
Nesta terça-feira (dia 6), Álvaro Dias se reunirá com o relator da comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), para definir as datas dos depoimentos do ex-presidente do Vasco, Agarthino da Silva Gomes, e do ex-conselheiro do clube, Levy Lafetá. Eles deverão trazer novas informações sobre irregularidades que teriam sido cometidas por Eurico.
05/02/2001
Agência Senado
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