Alvaro Dias vê cenário sombrio para o Brasil no governo Lula
As altas taxas de juros e de desemprego, entre outros indicadores de que o país vive um período de recessão, levaram o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) a antever em Plenário, nesta sexta-feira (26), um cenário sombrio para o país no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, não há planejamento ou propostas no governo, que, a seu ver, está imobilizado.
- O momento recessivo, a redução do consumo, as taxas recordes de desemprego e o crescimento das tensões sociais, no campo e nas cidades, nos permitem esboçar um cenário sombrio. Estamos assistindo ao agravamento da crise social brasileira - afirmou o senador.
Ele recordou que o governo foi eleito com promessas que -calaram fundo na alma dos trabalhadores-, dizendo, por exemplo, que criaria 10 milhões de empregos. Porém, essas promessas não são cumpridas e, em vez de emprego, disse, o governo de Lula gerou desemprego, que atingiram os maiores índices da história.
- O governo Lula já conquistou o título de campeão do desemprego. Ele foi eleito num estuário de promessas introjetadas no inconsciente coletivo da população, que assiste perplexa à aprovação de uma reforma previdenciária que atenta contra todos os postulados defendidos pelo PT em décadas de luta e pregação oposicionista - disse.
Até o programa Fome Zero, comentou Álvaro, -patina na inépcia dos órgãos encarregados de operacionalizá-lo-. No seu entendimento, o único setor do governo que funciona é o da publicidade governamental, que teria como -ministro- o publicitário Duda Mendonça.
- Qual a política industrial, quais as políticas públicas do governo? Não podemos aceitar o cenário atual. É chegada a hora de romper com o imobilismo e resgatar a esperança de um novo Brasil, esperança que foi disseminada no salvacionismo dos discursos inflamados da campanha - declarou o senador, que condenou o que considerou postura arrogante de Lula.
Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) classificou Alvaro como -um dos mais bravos líderes oposicionistas do Senado, que traz à baila o caráter autoritário do governo-. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou a viagem do presidente a Cuba.
26/09/2003
Agência Senado
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