Alvaro diz que governo não cumpre promessas de campanha, o que provoca indignação nos trabalhadores



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comentou que o descumprimento do compromisso assumido pelo então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de dobrar o poder de compra do salário mínimo, está provocando indignação entre os trabalhadores brasileiros. Para piorar, acrescentou, até as fórmulas de resgate do poder de compra do salário mínimo, mesmo a médio prazo, não têm sido aceitas pelo governo federal.

- Em sua última ida ao Senado, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, descartou até mesmo vincular o reajuste do salário mínimo em 2005 ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), como queriam alguns parlamentares da base aliada. E disse, pasmem, senhores senadores, que a falta de apoio a medidas do governo no Congresso afeta a credibilidade externa do país - afirmou Alvaro Dias.

Na avaliação do senador pelo Paraná, é vexaminoso que o governo federal trate a questão do salário mínimo nestes termos. Ele opinou que em vez de se preocupar com o que estão pensando do Brasil no exterior, o presidente e os seus ministros devem pensar é no sofrimento de milhões de brasileiros que recebem um salário mínimo por mês e estão sofrendo com o pequeno reajuste oferecido.

Alvaro Dias comparou que enquanto no Brasil o governo não quer estabelecer um salário mínimo maior que R$ 260, em países mais pobres o valor é bastante superior. Ele enumerou os casos do Paraguai (R$ 441), Costa Rica (US$ 347), Guatemala (US$ 178), El Salvador (US$ 154) e Venezuela (US$ 167).

Para sinalizar que cumprirá o que prometeu à população durante a campanha eleitoral, calculou Alvaro Dias, o presidente Lula deveria estipular um salário mínimo de R$ 312,98 a partir de maio deste ano. O senador explicou que o cumprimento da promessa exigiria um crescimento real anual de 30,4%, o equivalente a aproximadamente R$ 72,98.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) opinou que chegou o momento de o presidente Lula fazer um acerto de contas com o discurso anterior que o seu partido, o PT, fazia. Ele comentou que é necessário que Lula reconheça que errou ao fazer promessas que não poderá cumprir e também que sinalize qual legado pretende deixar ao final do seu governo.

Já o senador Edison Lobão (PFL-MA) declarou que as promessas dos candidatos geralmente se transformam no calvário do governante. Ele registrou que um governante que não cumpre a palavra empenhada no período eleitoral termina deixando o governo com uma certa dose de desmoralização. Como ainda restam mais de dois anos de mandato ao presidente Lula, o senador sugeriu que lhe seja concedido um crédito de confiança e tempo para cumprir o que pregou.



11/06/2004

Agência Senado


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