AMEAÇA DE VIOLÊNCIA NO PARANÁ MOVIMENTA PLENÁRIO
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), é a ausência de autoridade que está levando a tais excessos num estado ordeiro como o Paraná. "O que há, no nosso estado, é o desgoverno, o desrespeito à lei e à ordem. O governador Jaime Lerner não pode fugir de sua responsabilidade, tentando repassá-la para o governo federal. Ele precisa agir, respeitando as decisões judiciais".
O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) lembrou que o problema de conflitos no campo não é somente do Paraná. "Há situações semelhantes em quase todos os estados do país e os governos não estão fazendo nada para coibir abusos". A senadora Heloisa Helena (PT-AL) afirmou que "quanto mais reforma agrária, menos conflitos".
Segundo o senador Arlindo Porto (PTB-MG) é a impunidade que fomenta invasões a terras produtivas. "Ao não cumprir mandados judiciais de reintegração de posse, o governo estadual está incentivando mais invasões e violência. Mas não é só colocar famílias em pedaços de terra. Se não houver apoio, assistência técnica, sementes, não é reforma agrária".
O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) disse haver mais de 100 invasões de fazendas no Mato Grosso do Sul. "Brasilguaios, desempregados, indígenas, todos estão invadindo terras e matando gado, e os proprietários não sabem mais o que fazer. Acredito que os sem-terra que eram agricultores já foram assentados. O que vemos agora são desempregados, gente da cidade, que quer ganhar um pedaço de terra para vender e seguir adiante".
Para o senador Amir Lando (PMDB-RO), "a ousadia do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra aliada à omissão das autoridades que estamos vendo no campo, nos coloca perto da eclosão de um movimento social que pode virar o Brasil de cabeça para baixo".
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) reiterou seu apoio ao MST. "Acredito ter sido a lentidão do governo Jaime Lerner nas ações de reforma agrária o fator responsável pelo recrudescimento das invasões de terra no estado. A direção nacional do movimento argumenta que, muitas das propriedades ditas produtivas, na verdade não o são".
09/11/1999
Agência Senado
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