ALCÂNTARA: VIOLÊNCIA AMEAÇA A SOCIEDADE



Preocupado com a onda de violência que "varre o mundo" e, em particular, com seus efeitos sobre a sociedade brasileira, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) disse ser necessário "repensar a sociedade, seus rumos e valores", a fim de evitar um processo de "decomposição social". Em sua análise, o senador partiu do exemplo do índio Galdino, queimado vivo em uma parada de ônibus em Brasília, no ano passado, para alertar que "não podemos aceitar a violência, em todas as suas formas, como uma força que parece dominar a sociedade brasileira atual".

No entender do senador, os brasileiros não podem viver numa sociedade formada por oprimidos e opressores. Alcântara defende um combate urgente a todas as formas de exclusão social e a promoção de uma vida mais digna "a todos os seus filhos, para evitar um processo em que os muito ricos entrarão em choque com a grande maioria dos pobres". Ele avalia que o "mundo globalizado em que vivemos globalizou e banalizou a violência, por meio da televisão, jornais, revistas, filmes, jogos, vídeos, livros e outros meios".

A sociedade brasileira, acrescenta o senador cearense, passa por grave crise ética e moral, "em que se entrelaçam e se reforçam mutuamente a injustiça social, a impunidade e a criminalidade, os baixos níveis educacionais, a grave crise econômica e o desemprego, o que tem propiciado a marginalização da juventude, que forma gangues, usa e abusa do álcool, das drogas e das armas".

Lúcio Alcântara informou que pretende estimular uma reflexão entre pais, educadores, religiosos, políticos, pesquisadores, cientistas sociais e "todos quantos se preocupam com o futuro de nosso país", em busca de respostas e saídas para esse problema. Ele considera, dentro dessa reflexão, que é preciso melhorar a distribuição de renda no país "para sairmos da situação esdrúxula em que somos uma das dez maiores economias do mundo e não conseguimos impedir que nossos irmãos morram de fome ou sejam injustiçados".

O senador defende também a urgente melhoria do sistema educacional, "não apenas para dar condições de ascensão social aos mais fracos, mas, igualmente, para incorporar valores éticos e morais, capazes de nos ajudar na construção de uma sociedade mais solidária".



25/05/1998

Agência Senado


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