Amigo de Wanderley Luxemburgo abre o próprio sigilo fiscal e bancário



O senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da CPI do Futebol, considerou de "grande valor" o depoimento de José Carlos Santiago de Andrade, árbitro de futebol e amigo do ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo. Além de ter permitido a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, o depoente admitiu que recebeu uma procuração do técnico e outra da esposa de Luxemburgo, Josefa.

Segundo o juiz, a procuração de Luxemburgo foi usada para intermediar negociações de compra e venda de três imóveis no Rio de Janeiro - dois na Barra e um em Cascadura. Quanto a depósitos no valor total de cerca de R$ 300 mil, feitos por Luxemburgo em sua conta, Santiago explicou que usou o dinheiro para pagar contas do técnico, como a prestação de um apartamento em São Conrado, enquanto Luxemburgo morava em São Paulo.

Santiago revelou ainda que, em 1993, comprou participação na empresa Luxemburgo Empreendimentos Imobiliários. Porém, informou, naquela data a empresa já não mais pertencia ao ex-técnico da seleção brasileira. Além disso, o depoente disse que a empresa está desativada.

Respondendo a questionamento do senador Geraldo Cândido (PT-RJ), Santiago disse ter encontrado apenas duas vezes a secretária Renata Alves, que fez denúncias contra Luxemburgo. Segundo ele, Renata participava de leilão em nome de Luxemburgo. Porém, o árbitro disse não conhecer a "embaixada", local onde, segundo Renata, eram feitos negócios envolvendo a compra e venda de jogadores de futebol.

Santiago disse ainda que Wanderley Luxemburgo não sonegou Imposto de Renda, apenas errou na hora de declarar, por ser pouco organizado. Apesar de trabalhar em uma empresa de equipamentos médicos, Santiago disse que a maior parte de seus rendimentos são provenientes de seu trabalho como árbitro de futebol.

20/03/2001

Agência Senado


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