JUIZ DO CASO ENCOL ABRIU MÃO DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL

Ao abrir seu depoimento à CPI do Judiciário, o juiz Avenir Passo Oliveira, da Vara de Falências e Concordatas de Goiânia, entregou ao presidente da comissão, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), escritura pública autorizando a CPI a examinar suas contas bancárias e declarações de rendimentos e bens.Rebatendo as acusações de enriquecimento ilícito, Avenir informou que possui, desde 1995, antes de assumir o caso da Encol, uma casa "aconchegante, mas modesta", em um bairro a 600 metros do aeroporto de Goiânia. Os terrenos, que totalizam 2,1 mil metros quadrados, segundo o juiz, foram comprados a preços baixos, pois, na época em que foram adquiridos, não havia sequer luz, telefone ou água no local.Ele também disse que as casas que possui no município de Trindade (GO) são pequenas e "não se trata de condomínio fechado", como disse o advogado Waldomiro Azevedo à CPI. Segundo o juiz, ele possuía bens antes de se tornar magistrado e sua esposa, que é médica, contribui para as economias da casa.Depois de ser acusado pelos quatro advogados no último dia 4, o juiz informou aos senadores que afastou-se do processo de falência da Encol. Para abandonar o caso, o juiz alegou agressões morais e tentativas de agressões físicas contra ele e sua família.Avenir disse que, por não considerar oportuno continuar, também pediu sua transferência da Vara de Falências, requerimento que será analisado na próxima reunião do pleno do Tribunal de Justiça de Goiás. O juiz destacou que até a decretação da falência não havia qualquer acusação contra ele. Só então, os advogados apresentaram um pedido de suspeição do juiz que, segundo disse, não colocava sequer em dúvida a sua honestidade e seriedade.

18/08/1999

Agência Senado

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