AMIN CRITICA ALIADOS DO GOVERNO E REAFIRMA INDEPENDÊNCIA DO PPR



O senador Esperidião Amin (SC), presidente nacional do PPR, criticou hoje (dia 25), emplenário, alguns aliados políticos do governo por causa das contradições na política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso, ereafirmou que, com a mesma independência com que seu partido diz "sim" às iniciativas que considera acertadas, dirá "não" às propostas das quais discordar.

O senador catarinense citou em suas críticas a proposta do governador Mário Covas, de São Paulo,de "recomprar" o Banespa, sob intervenção do Banco Central.Ele mencionou também as restrições feitas pelo governador Tasso Jereissati, do Ceará,à proposta de criação do ICMS federal, tese considerada por Amin como "a parte mais inteligente do projeto de reforma tributária enviado pelo Planalto ao Congresso".

Ao tratar da reforma tributária, Esperidião Amin criticou também a proposta de criação de um novo empréstimo compulsório. O parlamentar lembrou que o compulsório é um mecanismo desmoralizado pelo próprio governo, que ainda não devolveu os recursos recolhidos com o empréstimo de 1986 (sobre venda de carros e combustíveis).

O efeito do recesso parlamentar sobre o conceito do governo no Congresso foi outro ponto destacado pelo senador Amin.De "divino", em função de suas posturas e propostas no primeiro semestre, o governo passou, segundo o senador,a ser visto com outros olhos por muitos parlamentares, depois de encontrarem nas suas bases um quadro de recessão e desemprego, durante o recesso de julho. Ele lembrou o protesto de 30 mil manifestantes contra o desemprego, ontem (dia 24), no ABC paulista, bem como as demissões registradas em indústrias importantes como a moveleira, calçadista e de metal-mecânica. O parlamentar se referiu ao caso de um supermercado de Santa Catarina, que já reuniu 14 quilos de cheques sem fundo.

Esperidião Amincomentou ainda as discussões em torno do projeto de privatização da Vale do Rio Doce. Depois de manifestar-se, "em princípio", favorável à privatização, o senador exigiu um amplo debate em torno do assunto, dizendo-se preocupado com a avaliação correta do valor da empresa e em evitar que todo esse patrimônio seja rapidamente consumido pelo governo de forma estéril, no pagamento das altas taxas de juros cobradas pelo sistema financeiro nacional.

O senador catarinense foi aparteado pelo senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), que se manifestou contrário à privatização da Vale do Rio Doce e aproveitou a mesma intervenção para solidarizar-se com o registro feito por Amin alusivo ao Dia do Soldado, comemorado hoje. O senador Bernardo Cabral (PP-AM) também se associou na saudação ao Dia do Soldado.



25/08/1995

Agência Senado


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