CAFETEIRA CRITICA ANTIGOS ALIADOS DE ITAMAR FRANCO
O senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA) protestou nesta sexta-feira (dia 8) contra as críticas que o governador Itamar Franco vem recebendo de antigos aliados, por ter decretado a moratória em Minas Gerais. Ele explicou que seu pronunciamento não era uma defesa do ex-presidente, mas apenas a constatação da verdade.- De repente, Itamar transformou-se naquela Geni em que todo mundo joga alguma coisa que não presta. Entendo que o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, critique, porque se manteve na oposição quando Itamar foi presidente da República. Mas os outros, que se elegeram às custas de Itamar, não têm o direito de fazer isso - disse o senador.Cafeteira declamou Versos Íntimos, do poeta paraibano Augusto dos Anjos, para descrever a atual situação que envolve Itamar Franco e seus antigos aliados. Um dos trechos citados do poema diz que "o beijo amigo é a véspera do escarro, e a mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém ainda causa pena a tua chaga, apedreja esta mão vil que te afaga e escarra nesta boca que te beija".Sentindo a ausência na sessão desta sexta-feira (dia 8) do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que foi líder do governo Itamar, Cafeteira afirmou esperar que o senador estivesse presente para defender o ex-presidente. - Apedrejam Itamar porque ele decretou a moratória. Estão pretendendo transformar aquele ex-presidente, que deixou o comando do país com mais de 80% de popularidade, num vilão do Brasil, das bolsas européias e da bolsa de Nova York. De certa forma, ele mostrou que tem topete - acrescentou Cafeteira.O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) foi citado por Cafeteira como um político que muitas vezes tem procurado mostrar ao governo os seus erros, e nestas horas é equivocadamente considerado como oposição. Na opinião do senador pelo Maranhão, opositores do governo são os que se calam, se omitem e aplaudem o poder pelo poder.Ao solidarizar-se com o pronunciamento de Cafeteira, a senadora Emília Fernandes (PDT-RS) destacou que, no momento em que uma autoridade eleita com o apoio popular manifesta-se afirmando suas preocupações e dificuldades, deve ter sua situação analisada e não "ser recebido com pedras".
08/01/1999
Agência Senado
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