AMIR LANDO CONTESTA PRIVATIZAÇÕES

O senador Amir Lando (PMDB-RO) classificou o programa de privatizações do Brasil como uma grande ação entre amigos, que dilapidou de forma absurda o patrimônio público. "Não tivemos leilões. Tivemos ações entre amigos, com a complacência de todos nós", acusou. Sobre o leilão do Banespa, Amir Lando disse que apresentou projeto de decreto legislativo sustando a operação, porque, segundo ele, o governo gastou R$ 56 bilhões no saneamento do banco para uma expectativa de retorno de apenas R$ 2 bilhões.
Para Amir Lando, a venda das teles por R$ 22 bilhões - um terço da avaliação feita pelo falecido ministro Sérgio Motta -- representa o maior exemplo das vantagens absurdas concedidas aos compradores. Ele lembrou que já houve empréstimos de R$ 2,4 bilhões a juros subsidiados para o setor, e agora o governo vai devolver R$ 7,5 bilhões numa mal explicada operação de retorno de ágio.
O senador por Rondônia pergunta o que foi feito com o dinheiro da privatização. Ele garante que não foi usado para abater a dívida pública, que saltou de R$ 60 bilhões, em 1994, para os atuais R$ 500 bilhões. "Também não foi usado para modernizar o parque industrial brasileiro, porque todo mundo sabe que isso não aconteceu", argumentou.
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) considerou ser possível suspender o leilão para um debate nacional sobre o Banespa. "Quanto a proibir a participação do capital estrangeiro no leilão, isso resultaria na desvalorização imediata do valor das ações do Banco", ponderou Lobão. Também em aparte, a senadora Heloisa Helena (PT-AL) afirmou que todo o programa de privatizações "não serviu para nada e representou o maior exemplo de corrupção que já houve no país".

14/04/2000

Agência Senado

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