RAMEZ TEBET CONTESTA PRIVATIZAÇÕES



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) criticou, nesta quarta feira (19), a política de privatizações dos governos federal e estaduais. Para ele, o Brasil foi afoito, açodado, ao aderir muito rapidamente à globalização econômica, vendendo patrimônio público sem a necessária reflexão. "Cada dia fica mais claro que o poder público no Brasil precisa voltar a ser indutor do desenvolvimento econômico, levando adiante políticas de acordo com as vocações de cada região", disse.
Segundo Tebet, a eficácia das privatizações para abater dívida pública é altamente questionável. Para comprovar a tese, lembrou que a dívida interna aumentou de R$ 60 bilhões, em 1994, para R$ 600 bilhões, enquanto a externa cresceu de US$ 112 bilhões para US$ 250 bilhões, no mesmo período. Citou que as empresas privatizadas, especialmente de telefonia e de energia elétrica, são hoje as recordistas das queixas dos consumidores nos procons do país inteiro.
O senador pelo Mato Grosso do Sul afirmou que o país precisa aproveitar a Páscoa e a ressurreição de Cristo para reavaliar suas políticas públicas. "Reina uma angústia no povo brasileiro, vendo sua qualidade de vida caindo e o país cada vez mais envolvido em um mar de lama, de corrupção, com autoridades mergulhadas no tráfico de drogas, enquanto a impunidade e a violência rural e urbana crescem sem parar", disse .
Apesar deste quadro negativo, Ramez Tebet se considera um otimista em relação ao futuro do Brasil, "graças às terras férteis, abundância de minérios, de fontes renováveis de energia e, principalmente de água, o ouro do próximo milênio", encerrou.

19/04/2000

Agência Senado


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