Amir Lando diz que informação sobre envolvimento de senadores "é estranha à CPI"
Em entrevista nesta quarta-feira (12), o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), negou-se a fazer comentários sobre o suposto envolvimento de três senadores no esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Essa informação, segundo ele, é estranha à CPI e aos depoimentos colhidos em Cuiabá nesta segunda (10) e terça-feira (11).
- Tudo isso ainda é especulação - disse o relator, acrescentando que o momento pede cautela para não sejam feitos juízos infundados sobre quem quer que seja, deputado ou senador.
A CPI ouviu em Cuiabá, em reunião reservada, integrantes do esquema que fraudava o orçamento da União via compra superfaturada de ambulâncias por prefeituras.
O relator afirmou que o depoimento prestado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin à 2ª Vara de Justiça de Mato Grosso foi rico em detalhes. Amir Lando, porém, ressalvou que, somente comparando as informações desse depoimento com os dados que já estão de posse da CPI, será possível avaliar a participação dos parlamentares envolvidos com o esquema.
- Foram vários dias de depoimento circunstanciado, com vasta prova material. Vamos receber isso hoje (12) ou amanhã (13). Os depoimentos são indicações, indícios, testemunhos. Mas só o testemunho é insuficiente. Como existe um depoimento devidamente sustentado em documentos, amanhã (13) a comissão começa a trabalhar em cima disso - explicou o relator.
Quanto à suspeita de que teria havido comprovação, nas oitivas, de um caso de compra superfaturada de ônibus para o Programa de Inclusão Digital no Ministério das Comunicações, Lando disse que houve referências, mas nenhuma prova circunstanciada de que isso tivesse, de fato, ocorrido.
A análise da CPI estaria, de acordo com o senador, circunscrita à questão dos chamados sanguessugas, ou a "máfia das ambulâncias". As conexões com outros ministérios que não o da Saúde apenas seriam tratadas posteriormente, depois de apresentado o relatório final da comissão.
O relator não quis responder se houve ou não um aumento no número de parlamentares suspeitos de participar do esquema de fraudes. Para ele, os números citados não passam de especulação, e há uma flutuação natural de nomes, sendo que alguns sairão da lista, por serem inocentes, enquanto outros poderão ser incluídos.
Um relatório preliminar da CPI deve ser apresentado no próximo dia 3. O relatório final está previsto para 22 de agosto.12/07/2006
Agência Senado
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