Sigilo sobre parlamentares investigados é faca de dois gumes, diz Amir Lando



Para o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), o sigilo sobre os parlamentares investigados por essa comissão "é uma faca de dois gumes". Ele afirmou nesta segunda-feira (17) que o segredo quanto aos nomes envolvidos - determinado pelo Supremo Tribunal Federal - "é uma forma de prudência que visa não implicar pessoas inocentes, mas, por outro lado, também pode proteger aqueles que realmente praticaram delitos".

Já o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) declarou que, caso o Supremo não autorize a divulgação dos nomes nos próximos dias, ele mesmo o fará. Segundo ele, pode chegar a cerca de cem o número de congressistas envolvidos na "máfia das ambulâncias", esquema de compras superfaturadas de ambulâncias por prefeituras, as quais teriam utilizado recursos de emendas apresentadas ao Orçamento da União.

Na semana passada, o presidente da CPI, deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), encontrou-se com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, para solicitar o fim do sigilo. Ele ressaltou que a divulgação dos nomes seria uma forma de evitar que parlamentares que não estão sob investigação sejam injustamente citados.

Ao reiterar que o sigilo "tem um lado positivo e outro negativo", Amir Lando argumentou que "talvez o mais importante seja acelerar as investigações da CPI, para que se possa anunciar logo os parlamentares que comprovadamente estão envolvidos".

A comissão já notificou 15 parlamentares que estão sendo investigados pelo Supremo e, a partir desta segunda-feira, começou a notificar outros 42 congressistas, também sob investigação naquela instituição.



17/07/2006

Agência Senado


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