Amorim defende maior auxílio externo à reforma dos setores de defesa e segurança da Guiné-Bissau



O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu o reforço das ações de assistência externa para auxiliar a Guiné-Bissau a reformar seus sistemas de segurança e defesa. Segundo Amorim, a ajuda de outras nações deve, entretanto, subordinar-se ao controle e adaptar-se às circunstâncias do próprio país africano.

A afirmação de Amorim foi feita esta semana, durante a sessão de abertura da XIII Reunião dos Ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na ilha do Sal, em Cabo Verde.

A Guiné-Bissau vem passando, nos últimos anos, por processo de instabilidade política que dificulta seu desenvolvimento social e econômico. Apesar dos esforços do país, a transição para a democracia sofreu obstáculos, como tentativas de golpe de estado e atritos internos nos setores político e militar.

Celso Amorim reconheceu o auxílio dos países da CPLP na promoção da estabilidade na Guiné-Bissau, mas ponderou que essa ajuda não foi suficiente. “Em relação à Guiné, é preciso quebrar o círculo vicioso de que não há cooperação porque não há situação ideal, e a situação ideal não se encontra porque não há cooperação”, ressaltou.

Amorim conclamou os países da CPLP a contribuir para quebrar o “círculo vicioso” que classificou como “perverso” e responsável por impedir o “desenvolvimento pleno e a paz” da Guiné. O ministro reafirmou o compromisso brasileiro com o país africano: “Nós não esmoreceremos no nosso empenho em garantir o futuro de paz e prosperidade naquela nação irmã”, afirmou.

A reforma do setor de segurança da Guiné é defendida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em outubro passado, durante visita a Angola, a presidenta Dilma Rousseff assinou comunicado conjunto com o presidente do país, José Eduardo dos Santos, manifestando o desejo de acelerar, conjuntamente com o governo da Guiné, as medidas necessárias à implementação da medida.

Na avaliação de Amorim, essa reforma é fundamental para que as instituições políticas da Guiné alcancem o equilíbrio necessário para a retomada do desenvolvimento na nação. Segundo o ministro, a profissionalização das forças armadas e de segurança do país será beneficiada pelo treinamento do atual contingente e pelo recrutamento de novos quadros.

O Brasil terá papel relevante no treinamento dos integrantes das forças armadas bissau-guineenses, uma vez que fornecerá monitores e instrutores para o centro de formação de oficiais que será reativado no país africano. O Brasil custeará a reforma das instalações da unidade, que deve ficar pronta em 2012. Uma missão técnica do Exército brasileiro esteve na Guiné como objetivo de levantar as necessidades e os custos da obra, que agora estão sendo finalizados pelo Ministério da Defesa. O ministro Amorim prometeu empenhar-se pessoalmente para liberar os recursos necessários ao empreendimento.

Ainda durante o discurso de abertura da reunião de ministro da Defesa da CPLP, Celso Amorim fez um balanço das principais atividades realizadas durante o período em que o Brasil presidiu o fórum, destacando o esforço do País no sentido de ampliar a cooperação entre as nações amigas na área de defesa. A presidência passou a Cabo Verde, que a exercerá durante um ano.

O ministro também defendeu, em seu discurso, a criação de uma zona de paz e cooperação no Atlântico Sul, e disse ser favorável ao posicionamento da ONU de não-introdução de armamentos nucleares e de destruição de massa na região.

Fonte:
Ministério da Defesa



02/12/2011 21:21


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