Ana Amélia defende ajuda ao setor agropecuário



A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou o governo federal, nesta quarta-feira (30), por deixar o setor agropecuário de fora do programa de socorro à indústria. Ela ressaltou que o setor vem sustentando os números positivos da balança comercial, mas começa a sentir as consequências da falta de competitividade no mercado externo.

– Quando anunciou as medidas do Programa Brasil Maior, o ministro da Fazenda foi claro. O governo quer ajudar todos os setores da economia brasileira que garantem os empregos. Pois bem, a indústria agropecuária emprega diretamente milhões de pessoas e, mesmo com esta importância, esta cadeia produtora parece ter sido esquecida pelo governo federal – criticou a senadora.

Segundo Ana Amélia, é cada vez mais difícil vender para mercados como a China, pois os produtos brasileiros estão com os preços altos. É o caso do frango, carne suína e leite.

– Está mais barato produzir frango nos Estados Unidos e na Argentina do que no Brasil. Os produtores de suínos enfrentam o mesmo problema e o nosso leite ficou tão caro que hoje importamos do Uruguai 40% dos derivados do leite que consumimos aqui dentro do Brasil – alertou a senadora.

Para a Ana Amélia, o setor agropecuário está perdendo a competitividade pelo mesmo motivo da indústria: alto custo de manutenção com encargos trabalhistas, energia elétrica e transporte de mercadorias.

– O custo para a manutenção da mão de obra teve um aumento de 25%. Enquanto isso, nos países concorrentes, o custo dos empregados e colaboradores se manteve estável. A conta de luz subiu nos últimos cinco anos mais de 28% e
a falta de modernização das estradas, ferrovias e portos deixa o frete muito caro, o que eleva em até 25% o preço para exportar esses produtos – disse a senadora.

Para resolver a situação, a senadora apresentou um projeto de lei (PLS 330/2011) que estabelece condições, obrigações e responsabilidades para o setor agropecuário. A proposta aguarda apresentação de emendas na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Economia criativa

Ana Amélia incentivou o uso da economia criativa, caracterizada por gerar medidas de desenvolvimento de longo prazo, que, mesmo com a desindustrialização, tem crescido cerca de 14%. Como exemplos, a senadora citou o ganho com as festas populares brasileiras e o sucesso da fabricante da cachaça Ypióca, vendida por mais de RS 900 milhões ao grupo Johnnie Walker, e da churrascaria Fogo de Chão, comprada por um fundo americano por cerca de R$ 800 milhões.



30/05/2012

Agência Senado


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