Ana Amélia manifesta preocupação com o leilão do campo de Libra
Ao discursar no Plenário nesta segunda-feira (21), a senadora Ana Amélia (PP-RS) manifestou preocupação com o leilão do Campo de Libra, previsto para ocorrer ainda nesta tarde. Ela disse que a presença da Polícia Federal e do Exército no Rio de Janeiro (RJ), onde vai ocorrer o leilão, demonstra o nível de tensão que esse processo está provocando.
A senadora também registrou que há muitas ações contra a realização do leilão, inclusive as dos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Ela também disse não entender como uma negociação tão relevante como essa ocorre de maneira apressada.
- Não somos contrários ao leilão. Mas queremos regras bem claras para proteger o patrimônio nacional e dar segurança para os investidores – afirmou.
De acordo com a senadora, o Campo de Libra, na bacia de Santos (SP), representa 66% do pré-sal brasileiro, o valor da reserva do campo pode chegar a US$ 1,5 trilhão, com capacidade de gerar arrecadação de R$ 700 bilhões para o governo ao longo dos próximos anos.
Ana Amélia criticou a falta de definição sobre os marcos legais, o excesso de burocracia e lembrou que as regras de exploração do petróleo devem passar por uma revisão, já em 2015. A senadora pediu mais profundidade no debate sobre a energia no país e lembrou que muitos senadores defendem a exploração pela própria Petrobras do campo de Libra.
- A Petrobras é a joia da coroa entre as estatais, com grande presença internacional – disse a senadora.
Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) elogiou o discurso da colega e criticou a incidência de violência nos protestos contra o leilão. Ele lembrou que muitos funcionários da Petrobras estão em greve, contrários à licitação do campo de Libra.
Também em aparte, o senador Roberto Requião disse que o leilão pode até ocorrer, mas sua legalidade ainda será discutida na Justiça. Para o parlamentar, não há razão para esse leilão acontecer na atual conjuntura econômica do país, a não ser por “esse desespero pelo superávit primário”. Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou que o bônus da assinatura do contrato de exploração, de R$ 15 bilhões, não seja destinado para a educação.
21/10/2013
Agência Senado
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