Ana Júlia defende "Fome Zero" como decisivo para futuro do Brasil
A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) classificou nesta quinta-feira (6), em Plenário, o Programa Fome Zero como o mais importante do governo Luiz Inácio Lula da Silva e um modelo para todo o mundo. Ela criticou os que classificaram o programa como -demagógico e assistencialista- e disse que esses críticos não perceberam a amplitude e a urgência da proposta de erradicar a fome e a miséria no país.
Ana Júlia lembrou que o Fome Zero vem sendo elaborado desde outubro de 2001 pelo Instituto da Cidadania - organização não-governamental ligada ao PT - e foi submetido a um amplo debate com toda a sociedade brasileira e todas as entidades envolvidas no combate à miséria e à fome no país. Ela não aceita também a discussão sobre o número real de famintos no Brasil como elemento de crítica ao programa. -É uma discussão que não é construtiva neste momento, e só é útil em ambientes acadêmicos ou com interesse acadêmico-, disse.
A senadora observou que o governo e todas as entidades envolvidas no Fome Zero trabalham com base em pesquisas que apontam a existência de 9,9 milhões de famílias com insuficiência de renda no Brasil, um total aproximado de 46 milhões de pessoas.
- A fome endêmica e a desnutrição crônica não são apenas conseqüência da desigualdade social e da insuficiência de renda, mas também causas, porque multiplicam e dão continuidade ao problema, tornam as pessoas cada vez mais vulneráveis à miséria e à fome - disse Ana Júlia.
A senadora lembrou que não basta comer todos os dias, porque um dos mais graves problemas é a deficiência de nutrientes fundamentais ao ser humano. -Há um imenso contingente de brasileiros que se alimentam apenas de lixo-, recordou. A senadora elogiou ainda o programa por não se limitar a ações emergenciais, mas também buscar políticas compensatórias e o envolvimento de empresas, entidades, sindicatos e igrejas.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou o economista indiano Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia em 1998, segundo o qual que se houver três alternativas para combate à miséria e à fome, cada parte da sociedade vai escolher uma delas, e nunca será possível a unanimidade. Mesmo assim, o senador disse ter esperanças na democracia e observou que em regimes ditatoriais, sejam capitalistas ou de planejamento centralizado, o problema da fome endêmica é muito mais grave do que em qualquer democracia - sistema que, de uma forma ou de outra, na sua opinião, sempre encontra meios de erradicar, ou pelo menos reduzir a fome.
06/03/2003
Agência Senado
Artigos Relacionados
Brasil tem papel decisivo para fim de rebelião no Congo
Mercadante avalia como promissor o futuro do Brasil
João Alberto diz que Programa Fome Zero enfrenta dificuldades mas terá êxito no futuro
Ana Júlia defende políticas públicas para mulheres
Ana Júlia defende novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia
Ministro afirma que futuro do Brasil depende da educação o futuro do Brasil depende dos rumos da educação