Andres identifica quebra de hierarquia na Segurança
O presidente da CPI da Segurança Pública, deputado Valdir Andres (PPB), garantiu que o depoimento do ex-comandante da Brigada Militar coronel Roberto Ludwig confirma a quebra de hierarquia nos órgãos da Segurança Pública do Estado. "As declarações do ex-comandante evidenciam que houve indisciplina, quebra de hierarquia e intromissão do secretário da Justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, nas ações do Comando da BM", disse o parlamentar. Ludwig atribuiu sua saída do Comando-Geral à ingerência da Secretaria da Justiça e Segurança nas suas ações e divergências conceituais com o secretário José Paulo Bisol. "A nossa visão era divergente e isso obrigou o governo do Estado a tomar uma decisão a pedido do secretário e sua equipe", declarou. O coronel informou que está processando o secretário José Paulo Bisol.
Sobre a destruição do relógio dos 500 anos, o coronel disse que cumpriu com sua obrigação de abrir o inquérito para apurar o episódio. "Fiz o que pude fazer, agora a Justiça Militar vai analisar o caso".
Febem
No início da tarde, a CPI ouviu a presidenta da Febem, Ana Paula Mota da Costa sobre a atuação da BM na Febem. Ana Paula informou aos parlamentares que desde outubro de 1999 um efetivo de 70 policiais militares tem a função de dar custódia, atendimento e segurança aos 60 internos do Centro jovem Adulto (CJA), unidade da Febem localizada em Porto Alegre. Ela explicou que a presença da BM é uma necessidade para garantir a estabilidade da unidade. Nos anos de 97 e 98 aconteceram inúmeros motins no CJA. A presidenta da Febem comunicou que está em planejamento a saída gradativa da BM e a extinção do CJA.
Andres considera exagerado o número de 70 policiais para dar segurança a 60 internos. "Compreendemos a dificuldade de manter a ordem entre os jovens, mas é descabida essa quantidade de policiais na Febem".
A CPI ouve na quinta-feira, a partir das 12h, os responsáveis pela segurança privada da Brigada Militar, tenente-coronel Adão Carlos Polônia Lemos, e da Polícia Federal, delegado Antônio Carlos Carvalho.
08/14/2001
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