CPI da Segurança: deputado afirma que houve quebra de hierarquia na BM
A reunião de hoje (30/08) da CPI da Segurança Pública foi marcada por denúncias. Durante o depoimento do ex-comandante da Brigada Militar (BM), coronel Nélvio Neumann, o deputado Germano Bonow (PFL) apresentou um ofício em que o assessor da BM Milton Cesar Perkoski autoriza a transferência do soldado Valcir Ritter Moreira de Cruz Alta para Ijuí, sem passar pelo aval do ex-comandante. Segundo o parlamentar, o ato comprova a quebra de hierarquia na corporação. "O assessor é subordinado ao chefe da Brigada. Ele jamais poderia dar a palavra final sobre o assunto", argumentou. O coronel Neumann rebateu as acusações afirmando que Perkoski havia apenas obedecido a ordens do secretário de Segurança José Paulo Bisol. No entanto, conforme o presidente da CPI, deputado Valdir Andres, a explicação do ex-comandante não convenceu. "O documento prova que houve a violação da disciplina e a quebra de hierarquia na Brigada. A Comissão tem o dever de buscar mais informações para saber por que isso foi permitido", definiu.
Durante a oitiva, os parlamentares também acusaram Neumann de dispensar licitação na compra de 122 veículos, coletes, motos e cartuchos de balas. O relator Vieira da Cunha confirmou que a assinatura do despacho está impressa no Diário Oficial do último dia 6 de abril. Já o coronel disse que as contratações foram liberadas pelo Estado em caráter emergencial, mas a resposta não satisfez os parlamentares. "Estamos diante de um fato de extrema gravidade", disse Andres.
O segundo depoente do dia foi o administrador das casas de bingo Roma, João Cunha. Ele revelou que é responsável apenas pela locação do espaço onde são instaladas as máquinas de jogos eletrõnicos, sem participar diretamente dos lucros sobre as apostas.
Na próxima segunda-feira, depõem o ex-diretor da Lotergs, Antônio Carlos Contursi, e o atual, José Vicente Brizola. A reunião deve iniciar às 10h.
08/30/2001
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