Antero: fita de Santoro não apaga crimes de Waldomiro
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) argumentou nesta quarta-feira (31) que o teor da fita em que o subprocurador da República José Roberto Santoro pressiona o bicheiro Carlos Cachoeira a denunciar o ex-assessor parlamentar da Presidência da República Waldomiro Diniz não apaga os crimes deste último. Diniz foi filmado pedindo propina a Cachoeira e negociou contrato lesivo à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 700 milhões, segundo denúncia-crime oferecida por Santoro.
A fita, gravada por Cachoeira no gabinete do subprocurador, é uma prova de que Santoro e outros subprocuradores atuaram para desestabilizar o governo, segundo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e parlamentares da base do governo no Congresso. É que o subprocurador tenta convencer Cachoeira a entregar ele mesmo o vídeo de Waldomiro, e apressa-o dizendo que o procurador-geral da República Cláudio Fonteles poderia chegar a qualquer momento e enxergar naquela reunião uma conspiração para prejudicar o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o parlamentar mato-grossense, o teor da fita, mostra, sim, que há fatos graves a serem investigados e por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ele observou que sindicância realizada no âmbito da Presidência da República demonstrou que houve tráfico de influência por parte de Diniz no caso do contrato da Caixa com a GTech, o que indicaria o acerto das investigações de Santoro.
- Apurar corrupção não desestabiliza o governo. Se é para investigar o subprocurador que se investigue. Isso é normal. E é normal também investigar o ministro José Dirceu. A fita não invalida os crimes de Waldomiro. Se for assim, ele volta ao governo para ser embaixador na Santa Sé - disse o senador.
31/03/2004
Agência Senado
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