Antero Paes de Barros: "Acabou a vida privada no Brasil. O PT agora vasculha tudo"
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) sustentou em discurso que "acabou a vida privada no Brasil", pois o PT aparelhou o Estado "e agora vasculha tudo" o que for do seu interesse. Ele considerou a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa como "um dos grandes escândalos do governo petista".
Antero criticou pesadamente o ministro da Justiça por identificar "apenas o crime de vazamento" de informação sigilosa para a imprensa, quando "na verdade o crime foi invadir o sigilo bancário do caseiro com fins políticos".
- O que o governo do PT fez foi uma violência contra a democracia brasileira. Para isso, jogou pelo ralo a Caixa Econômica Federal, uma instituição séria que foi aparelhada pelo PT. Usaram a Caixa, que é subordinada ao ministro Antonio Palocci, que teve seus interesses contrariados pelo depoimento do caseiro Francenildo - afirmou.
O senador lembrou que o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, será um dos citados no relatório final da CPI dos Bingos. Para o senador, a quebra do sigilo bancário pode levar o Brasil a ser denunciado nas cortes internacionais por não respeitar os direitos individuais previstos na Constituição.
- Se esse governo tivesse qualquer resquício ético, Antonio Palocci não seria mais ministro. Seria ministro virtual. Fizeram uma violência desse tamanho para tentar proteger Palocci, mas de nada valeu. Piorou ainda mais a situação do ministro - opinou.
Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apontou o ministro Márcio Thomaz Bastos como "o organizador do aparelhamento do Estado a mando do presidente Lula". Também em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) observou que o governo brasileiro poderá ser denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.
Já Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que, pouco a pouco, o governo do PT "tira um pouquinho" das liberdades individuais no Brasil, lembrando as tentativas de limitar a atuação da imprensa. A atuação do governo no episódio também foi condenada em aparte pelo senador Mão Santa (PMDB-PI).
20/03/2006
Agência Senado
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