Antonio Carlos Junior critica retirada de Petrobras do cálculo de superávit e aponta uso político da medida



O senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), em discurso nesta quarta-feira (22), classificou de "temerária" a decisão dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, de retirar os resultados da Petrobras do cálculo do superávit primário e de definir novas metas de resultados primários para a União, estados e municípios, o que significa uma "sensível e arriscada redução" do superávit primário de 3,8% para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele também acusou o governo de fazer uso político da medida.

O senador, que citou trechos de reportagens publicadas na imprensa, disse que os investimentos da Petrobras somaram quase R$ 47 bilhões no ano passado, talvez a maior fonte de investimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), "carro-chefe da candidatura da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff à sucessão do presidente Lula".

- Portanto, a escolha da Petrobras para liderar as ações do PAC e a sua exclusão na formação do superávit encerram indisfarçável conteúdo político - analisou.

Antonio Carlos Junior citou dados de matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo dizendo que colaboradores do governo avaliam que a empresa poderá usar os R$ 15 bilhões para dar largada na produção de petróleo na área do pré-sal e, a partir daí, ampliar a plataforma eleitoral da candidata à sucessão do presidente Lula.

Para Antonio Carlos Junior, "está à vista de todos que o presidente Lula abriu a disputa presidencial antes da hora" e junto com essa disputa, "estarão sendo abertos os cofres do governo central"

- O risco embutido na decisão governamental de reduzir a meta de superávit, portanto, é real e visível. Nessas circunstâncias, as medidas anunciadas devem ser vistas com extrema cautela, vez que ameaçam a austeridade fiscal - disse.

O desperdício de recursos públicos hoje, lembrou ainda o senador, pode representar amanhã o comprometimento das políticas de estabilização monetária, que custaram muito a ser obtidas, desde o Plano Real.



22/04/2009

Agência Senado


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