Antonio Carlos Júnior defende reequilíbrio fiscal
O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) defendeu, em pronunciamento nesta segunda-feira (20), o reequilíbrio fiscal como forma de o país reencontrar o caminho do desenvolvimento. Para ele, a gestão econômica do governo Lula, que se encerra este ano, é caracterizada pela "euforia", pois o crescimento do PIB está sendo puxado pelo crescimento dos gastos de custeio e pelo consumo.
- Os investimentos não estão acompanhando a demanda. Como consequência, estamos vivendo a perigosa combinação de inflação crescente e câmbio apreciado. O Banco Central, tendo de agir sozinho e sem suporte da política fiscal, mantém os juros elevados, o que só reforça a tendência de valorização do câmbio. Os efeitos dessa inconsistência já se fazem sentir sobre nossa competitividade industrial. A continuar essa tendência, corremos sério risco de desindustrialização - alertou.
Antonio Carlos Júnior disse que um dos sintomas de descontrole dos gastos são as sucessivas manobras contábeis executadas pelo governo, como a não contabilização das capitalizações do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na dívida líquida e o lançamento da concessão do pré-sal - uma receita ainda não realizada - para elevar artificialmente o superávit primário.
Segundo o senador, a própria "hipertrofia" do BNDES é preocupante e demonstra que a economia brasileira é dependente de crédito subsidiado para investir. Ele acrescentou que isso é perigoso, pois tende a reduzir a eficiência do investimento, como nos casos do trem-bala e da usina de Belo Monte.
- Pior ainda é que a concessão de subsídios deixa de passar pelo crivo da discussão pública no Congresso e se torna assunto fechado de tecnocratas, chefes políticos e empresários bem relacionados. É preciso demonstrar que o vetor das políticas adotadas no período do governo Lula, longe de constituir, como propala o presidente, em passaporte para o desenvolvimento, tem sido a dilapidação lenta e sistemática do capital duramente acumulado pelo país - afirmou.
20/12/2010
Agência Senado
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