Antonio Carlos protesta contra pagamento de indenização a quem não sofreu perseguição no regime militar
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) protestou nesta terça-feira (16), em discurso no Plenário do Senado, contra o pagamento de indenizações do governo a pessoas que não sofreram nenhuma represália no regime militar. Baseado em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, no último domingo (14), Antonio Carlos disse que Fernando T. S. Sampaio, um dos que recebeu indenização milionária de cerca de R$ 1 milhão, mais pensão mensal, foi seu secretário na Prefeitura de Salvador, de 1971 a 1975, "em pleno regime militar".
Por sugestão do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que falou em aparte, Antonio Carlos vai enviar um requerimento de informações ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que o Senado tome uma posição.
Antonio Carlos disse que não é justo que pessoas indevidas recebam indenizações. O senador apontou a situação como danosa aos cofres públicos e considerou o fato um escândalo. Ele acrescentou que os verdadeiros perseguidos são as viúvas de Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho e Rubens Paiva, citadas pelo jornal, que enfrentam a burocracia para "receber uma ninharia", enquanto pessoas abastadas recebem o benefício sem merecer.
- Eu me sinto a vontade para falar sobre esse tema porque, em pleno regime militar, como prefeito de Salvador dei obras para Rubens Paiva tocar - disse Antonio Carlos,
Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), apoio o discurso de Antonio Carlos. O senador Papaleo Paes (PMDB-AP), na direção dos trabalhos no momento, também se associou às palavras do senador baiano.
16/11/2004
Agência Senado
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