Antonio Carlos revela que se aproximou de Brizola há quatro anos e elogia sua coragem e honestidade



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que foi um adversário político e ideológico de Leonel Brizola durante toda a sua vida política, mas há quatro anos havia se reconciliado com ele, em agradecimento a um gesto do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro: quando morreu o deputado Luís Eduardo Magalhães e a Assembléia Legislativa quis homenageá-lo, dando-lhe o nome a um município, o PT e o PDT impugnaram a homenagem. Brizola, no entanto, obrigou o PDT a retirar a impugnação.

- Depois disso, passei a conviver com ele, visitei-o e estive com ele no gabinete do senador Paulo Paim, em dezembro último. Soube que ele estava lá e fui abraçá-lo e falar-lhe da falta que ele faz na política nacional - disse Antonio Carlos.

O senador baiano destacou a coragem, a bravura e a honestidade de Brizola. -Sua honestidade foi comprovada nos três governos que fez, o que é raro neste país onde campeia a corrupção-, observou.

- Quanto à sua coragem, ele foi um político que lutou por suas convicções às vezes com o risco da própria vida - registrou o senador.

Antonio Carlos lembrou a Cadeia da Legalidade, -o momento mais alto da carreira de Leonel Brizola-, e os acontecimentos que se seguiram à renúncia do então presidente Jânio Quadros, em 1961. Lembrou ainda o parlamentarismo implantado como saída para o impasse criado, e que não funcionou. Tanto Antonio Carlos como Brizola eram presidencialistas.

Em aparte, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) homenageou a memória de Brizola e a Cadeia da Legalidade que, segundo Tasso, fez de Brizola um herói de sua geração. O pai de Tasso, Carlos Jereissati, foi senador pelo antigo PTB e amigo de Brizola e de Antonio Carlos.

O senador baiano apelou também à Câmara dos Deputados e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que aprovem o salário mínimo de R$ 275, em homenagem à memória de Brizola.



22/06/2004

Agência Senado


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