Antônio Carlos Valadares defende programa espacial brasileiro
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) chamou a atenção, nesta terça-feira (12), para a importância da política de desenvolvimento espacial adotada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mantida pela atual presidente, Dilma Roussef. O Brasil implantou a Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa fruto de uma parceria com a Ucrânia para comercialização e operação de serviços de lançamento de foguetes. O senador também prestou uma homenagem ao vice-presidente de seu partido, Roberto Amaral, então ministro da Ciência e Tecnologia responsável pelo empreendimento.
Valadares explicou que a binacional foi fruto de um entendimento entre Brasil e Ucrânia para que ambos tivessem autonomia em um mercado que mobiliza cerca de US$ 30 bilhões por ano. A Ucrânia possuía tecnologia de ponta no setor espacial mas, de seu território, os custos para lançamento eram altos, uma vez que o foguete, ao sair da terra, passava pelo espaço aéreo de diversos países. Já o Brasil possuía as melhores condições para lançamento de foguetes tendo, na região de Alcântara, no Maranhão, uma posição geográfica que possibilita um forte impulso inicial reduzindo, por exemplo, os gastos com combustível, mas não contava com a tecnologia.
- Coube a Roberto Amaral a decisão de juntar os dois países num único empreendimento, o Alcântara Cyclone Space - explicou o senador, acrescentando que Amaral, ao deixar o ministério em 2004, logo assumiu a direção da nova binacional, deixando o cargo no início deste ano, com a mudança de governo.
Para enfatizar a importância de se investir neste mercado, Antônio Carlos Valadares usou como exemplo os países do Bric, parceiros do Brasil no bloco de nações que se destacaram no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias. Do grupo, apenas o Brasil não tem bases de lançamento ou atua efetivamente no setor. China, Índia e Rússia mantêm há anos uma política espacial eficiente.
Em resposta aos que perguntam qual a razão de se reunir esforços em um programa espacial, o senador citou os dois argumentos que considerou mais importantes. O primeiro é o fato de Brasil e Ucrânia terem condições complementares para o empreendimento, o que assegura o sucesso da parceria. O segundo é a possibilidade de o Brasil se firmar como potência dentro da América do Sul.
- Essas condições excepcionais nos permitirão utilizar o referido sítio para nossos próprios projetos e a serviço remunerado de um grande número de países, passando da condição de simples clientes para uma posição de destaque como prestador de serviço de alta tecnologia em um mercado multimilionário e em franco crescimento -argumentou.
O senador também ressaltou que a implantação da base espacial em Alcântara contribui para o desenvolvimento econômico e social da região. Por conta do empreendimento, energia, telefones públicos e melhorias nas estradas estão sendo asseguradas à população, inclusive às comunidades quilombolas da região. Além disso, a obra criará 1.500 novos postos de trabalho na cidade.
12/07/2011
Agência Senado
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