Ao se solidarizar com Jereissati, senadores defendem mudanças na estrutura administrativa da Casa



Ao defender o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) contra denúncia de que teria usado, de maneira irregular, recursos do Senado para suas viagens, os senadores defenderam a reformulação administrativa da Casa, com vistas à transparência.

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O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou que a denúncia contra Jereissati, a quem considerou um homem de "honra inatacável", oferece nova oportunidade de se discutir a reformulação administrativa do Senado. Ele voltou a defender a criação de um portal para dar o máximo de transparência às finanças do Senado. E embora questione a posição dos que alegam desconhecer as normas de controle de gastos, recomendou que elas ficassem claras para evitar que os senadores tenham que se explicar perante a opinião pública.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse acreditar que o maior erro cometido pelos senadores, incluindo ele próprio, é o da omissão. Ele se disse contra a postura comodista dos que preferem esperar o esquecimento dos fatos e pediu a realização de reuniões mensais de trabalho, o estabelecimento de uma pauta de votações e o exame, sempre às claras, de medidas administrativas.

Respondendo ao que interpretou serem críticas de Simon, o 1º secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que tomou posse há apenas 60 dias e tem procurado corrigir erros administrativos históricos. Além do que já tem anunciado como medidas de saneamento, Heráclito revelou a tomada de "providências silenciosas".

Ele confirmou que Tasso Jereissati consultou a administração do Senado sobre os gastos que realizava com transporte aéreo. Heráclito lembrou ainda que os parlamentares podem pedir ajuda de custo até para transporte com barcos quando se locomovem em regiões que assim o exigem. O 1º secretário ressaltou que a ajuda de custo evita que os parlamentares "tenham que recorrer a caronas de empresários".

Para a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), "é constrangedor" ter de prestar solidariedade a um parlamentar tão correto quanto Jereissati. Apesar de defender o debate sobre a reestruturação administrativa do Senado, ela aconselhou a que a discussão não sirva "para se jogar lama em quem é sério". A continuar o que ela chamou de "guerra podre entre dois grupos", os parlamentares decentes tenderão a abandonar a cena política em favor "do mau exemplo e da bandidagem".

O líder do DEM, senador José Agripino (RN), desqualificou as denúncias contra Jereissati, afirmando que o senador pelo Ceará é um dos personagens políticos mais importantes do Congresso Nacional, frequentemente convidado a participar de debates e articulações, como a da lei de falências e da reforma tributária. Tendo que se deslocar para diversas partes do país, o senador precisa de agilidade no que se refere a transportes, disse Agripino.



02/04/2009

Agência Senado


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