Aposentadorias pagas pelo INSS são a principal renda no semi-árido nordestino
Durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (10) pela Comissão Mista Especial de Revitalização do Rio São Francisco, o diretor de Política Regional e Urbana do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), Gustavo Maia Gomes, apresentou dados segundo os quais a principal renda das populações do semi-árido nordestino são os benefícios e aposentadorias pagas pelo INSS (R$ 4,1 bilhões) e os salários dos funcionários públicos (R$ 900 milhões), que beneficiam cerca de 2,5 milhões de pessoas.
Apesar de reconhecer a importância social da expansão das aposentadorias e dos empregos públicos, sendo que estes cresceram 57% entre 1985 e 1995 no chamado "Nordeste da seca", o diretor do Ipea apontou que a saída econômica para aquela região não deve se basear no recebimento de transferências, mas na geração de produtos.
Ao concordar com as conclusões de Gustavo Gomes, o relator da comissão, senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), disse que "ele mostrou que no semi-árido o fator dinâmico está no vale do São Francisco, por meio da irrigação e da produção de grãos". Para o senador, as informações trazidas pelo diretor do Ipea demonstrariam a necessidade de priorizar o uso da energia na ampliação da agricultura irrigada no vale do São Francisco.
De acordo com o relator, o fato de a produção de maconha no Nordeste movimentar cerca de R$ 100 milhões por ano, segundo dados levantados por Gustavo Gomes, deve ser atribuído à ausência de atividades produtivas no semi-árido. À medida que a produção irrigada se ampliar, Waldeck Ornélas acredita que as plantações da droga tenderão a declinar.
10/04/2002
Agência Senado
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