Aprovada a inclusão do planejamento familiar nos procedimentos oferecidos pelos planos de saúde



Os planos e seguros privados de assistência à saúde deverão cobrir o atendimento nos casos de planejamento familiar, conforme estabelece o projeto de lei da Câmara (PLC) 1/06, aprovado na tarde desta quarta-feira (25) pelos senadores em votação simbólica no Plenário. O projeto segue para sanção presidencial.

O projeto, de autoria do deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), que é médico, modifica a Lei 9.656/98, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. O projeto havia sido aprovado em março de 2007 na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde foi relatado pela Serys Slhessarenko (PT-MT).

A atual legislação, já modificada pela Medida Provisória (MP) 2.177-44/01, estabelece como obrigatória, entre outras medidas, a cobertura nos casos de emergência quando esta implicar risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração do médico assistente, bem como a urgência em casos de acidentes pessoais ou de complicações no processo gestacional.

Serys Slhessarenko ressalta que o projeto tem o mérito de incluir o planejamento familiar no rol dos procedimentos cobertos pelos planos de saúde, garantindo às mulheres seguradas o acesso a métodos contraceptivos eficazes e seguros que nem sempre são ofertados pelos serviços públicos de saúde.

Ao citar estudo realizado pela Unicamp, Serys disse que 70% dos casais brasileiros fazem uso de algum método contraceptivo, mas o peso da responsabilidade do planejamento familiar recai sobre as mulheres. Segundo esse estudo, 40% das mulheres foram submetidas à laqueadura e 20% usam pílulas anticoncepcionais, sendo que apenas 0,9% dos homens fizeram vasectomia e 1,8% fazem uso da camisinha.

Serys lembrou que a responsabilidade do planejamento familiar "recai sobre as mulheres", que precisam se preocupar com a escolha do método contraceptivo e "arcar com as consequências dessa escolha". Para a senadora, a saúde das mulheres está intimamente ligada com a chamada saúde reprodutiva, "onde o acompanhamento eficaz de métodos contraceptivos e a utilização de métodos confiáveis e seguros são necessários para assegurar que o planejamento familiar seja eficaz e não cause prejuízos à saúde da mulher".

Helena Daltro Pontual e Augusto Castro / Agência Senado



25/03/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto da Câmara obriga planos de saúde a oferecerem serviços de planejamento familiar

Aprovada inclusão da quimioterapia oral na cobertura de planos de saúde

Usuários terão 87 novos procedimentos cobertos por planos de saúde

Planos de saúde terão de cobrir mais 60 procedimentos médicos a partir do ano que vem

Planos de saúde terão que cobrir 69 novos procedimentos a partir deste domingo

CAS discute pagamento de quimioterapia oral domiciliar pelos planos de saúde