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Após realização de sabatina e votação secreta, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (14), as indicações dos diplomatas Valdemar Carneiro Leão Neto e José Amir da Costa Dornelles para atuarem como embaixadores do Brasil, respectivamente, na China e em Timor Leste. As indicações seguem agora para votação pelo Plenário do Senado.

Além de exercer a representação diplomática na China, Valdemar Carneiro Leão Neto vai acumular a missão junto à Mongólia.

Com Produto Interno Bruto de 7,3 trilhões de dólares e crescimento de quase 10% ao ano, a China ocupa a posição hoje de segunda economia do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos.  Segundo o diplomata, o país cuja população já ultrapassou a marca de de 1 bilhão, é hoje o maior parceiro comercial do Brasil.

Embora as relações comerciais entre os dois países tenha crescido nos últimos anos, observou Leão Neto, as empresas brasileiras não têm encontrado na China um ambiente tão propício para investimentos quanto ocorreu no sentido inverso. Entre os problemas estão a excessiva burocracia chinesa e a falta de transparência na aplicação dos processos regulatórios do país. Em resposta a indagações de senadores, o diplomata disse que para superar o problema é necessário aprendizado e a formulação de parcerias com empresas chinesas e de outros países.

– O caminho das pedras é um longo aprendizado, que significa um pouco de inteligência de mercado e procurar sempre que possível a joint-venture. Entrar sozinho na China será sempre uma tarefa muito mais árdua, significa também não se fixar apenas nas quatro grandes cidades. Há toda uma China que está muito além das grandes megalópoles – disse o diplomata.

Desafios

Segundo Valdemar Carneio Leão Neto, o setor agropecuário brasileiro também encontra grandes barreiras, principalmente na exportação de carnes para o país.

– Nessa área é que há mais sensibilidade. Os chineses tem nos dado habilitação um pouco a conta-gotas tanto na área de frangos, quanto de bovinos, quanto de suínos – disse o diplomata.

Valdemar Carneiro Leão Neto comentou ainda a eleição, nesta quinta-feira (14), de Xi Jinping, pelo Parlamento chinês, para a presidência da República. Segundo o diplomata, apesar de o país se apresentar como uma potência mundial, as novas lideranças do país precisam enfrentar grandes desafios como a remodelação do modelo de investimento em importações para um modelo de consumo interno e aumento de renda. Também citou como desafios da China a superação do grande passivo ambiental do país e a redução de desigualdades sociais.

Timor Leste

Localizado no Sudeste asiático, o Timor Leste é um dos países mais jovens do mundo, tendo se tornado independente apenas em 2002, após desocupação da Indonésia. Antiga colônia portuguesa assim como o Brasil, a nação por sua localização estratégica apresenta-se, segundo José Amir da Costa Dornelles, como um parceiro interessante para o Brasil especialmente no futuro.

O português, que é falado por cerca de 10% da população pode, segundo ele, ajudar no aprofundamento da cooperação técnica entre os países, o que de acordo com o diplomata deve ser um dos principais objetivos da missão diplomática.

– Hoje, o Timor é um país pequeno, longínquo e obscuro, mas tem condições daqui a algumas décadas de se tornar uma nação muito relevante naquela área. O país está sendo moldado, está sendo construído do zero praticamente e tem demonstrando estar particularmente aberto a receber a cooperação brasileira. É um investimento de longo prazo – assinalou.

Belize

Foi lido também parecer favorável a indicação de Lúcio Pires de Amorim para chefiar a missão brasileira em Belize, país situado na costa nordeste da América Central. Em seguida o senador Luiz Henrique  (PMDB-SC), que presidia a sessão, concedeu vista coletiva. A votação, assim como a sabatina, devera ser realizada na próxima reunião do colegiado.

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