Aprovado projeto que acaba com pardais no estado









Aprovado projeto que acaba com pardais no estado
O projeto, de autoria do deputado Elmar Schneider (PMDB), vai agora à sanção do governador Olívio Dutra. Deputados do governo apontam propósito político da matéria

O projeto é ambicioso: substituir todos os pardais das rodovias federais e estaduais, administradas pelo governo estadual, por lombadas eletrônicas. A proposta, de autoria do deputado Elmar Schneider (PMDB), foi aprovada ontem por 33 votos a 11 na Assembléia Legislativa. Toda a bancada governista votou contra. A partir de agora, vai à sanção do governador Olívio Dutra, que provavelmente o vetará. É, portanto, apenas mais um capítulo de um longo percurso desta queda-de-braço entre oposição e governo.

"Não será uma lei estadual que vai modificar uma lei federal", argumenta o líder do governo no Legislativo, deputado Ivar Pavan (PT). Para ele, o projeto de Schneider tem objetivo político. “Ano eleitoral se presta bem para este tipo de projeto", diz.

O autor da proposta pensa diferente. “Foi o melhor projeto que passou por esta Casa”, orgulha-se. Schneider afirma que os pardais “viraram uma mina de arrecadação no estado”. A justificativa seria o fato de os pardais serem localizados em ângulos invisíveis ao motorista. Ao contrário das lombadas eletrônicas, que têm função educativa, o pardal não teria outra função senão a de multar o incauto motorista.


Delegado descobre cartilha que ensina a invadir terras
Agenda citava de colonos para trabalhar em colheita. MST afirma que método é organizado pelos próprios agricultores

Em uma das agendas encontradas pelo delegado de São Jerônimo, João Carlos Mendonça, durante a invasão da fazenda Santa Bárbara, no dia 12 de abril deste ano, estavam informações sobre uma frente de trabalho, provavelmente em Vacaria. Nas anotações apareciam os nomes dos líderes da área, além do pessoal que iria compor esta frente. O delegado disse que pelo que pode observar na lista, tratava-se de trabalhadores para uma colheita de maçã. "Também estava escrito que deveria ser destinado 50% do salário para o MST", afirmou Mendonça.

O delegado disse que poderá indiciar à revelia os integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) pelas duas invasões na fazenda Santa Bárbara se não conseguir ouvi-los. "Se não conseguir interrogá-los, vou indiciá-los e remeter o inquérito à justiça", disse. Dois processos estão em andamento na Delegacia de Polícia daquela cidade. Um referente à invasão de 4 de abril do ano passado, e que acabou ficando parado por quase um ano, e outro referente à invasão do dia 12 do mês passado.


Funcionários públicos fazem passeata na capital
Servidores da Justiça Federal vão participar de ato público na frente da Central de Atendimento ao Eleitor, na Zona Sul

Os servidores a Justiça Federal Eleitoral do estado paralisam hoje suas atividades. Eles devem cruzar os braços das 15h às 18h, no último dia para a confecção ou regularização do título de eleitor.

O presidente do TRE, Clarindo Favretto, disse que o atendimento à população não sofrerá prejuízos. “Segunda-feira, quando os funcionários também paralisavam, o movimento fluiu normalmente. Foi o dia, inclusive, em que registramos mais atendimentos que nos dias anteriores.” Aqueles que deixaram para o último momento a sua regularização ou a habilitação para as eleições de outubro serão atendidos pelos funcionários cedidos ao Tribunal por outros órgãos.


De olho em Bonow, Britto quer atrair o PFL
Depois de assumir pré-candidatura pelo PPS, ex-governador propôs coligação. PFL também interessa ao PMDB de Rigotto

O ex-governador Antônio Britto, o senador José Fogaça e o presidente estadual do PPS, Nelson Proença, formalizaram ontem uma proposta de coligação ao PFL gaúcho. O partido dirigido pelo deputado Germano Bonow não tem candidatura à Presidência e estaria liberado para coligar com outras siglas nos Estados. Bonow já foi secretário de Britto e interessa ao PPS que ele seja o candidato a vice-governador. O PFL também é cobiçado pelos tucanos.

No dia seguinte ao lançamento da sua candidatura, Britto já age como candidato e procura cativar os pefelistas. Ao entrar na sede estadual do PFL, fez questão de cumprimentar o assessor de Bonow, Benito Giusti. “Em 1972, trabalhei com o Benito na Folha da Tarde”, enfatizou. A visita era esperada por prefeitos do PFL do interior do RS, como Osvaldo gomes, de Passo Fundo e o ex- ministro da educação, Carlos Chiarelli. Britto procurou quebrar o gelo, contando que dividiu um escritório com o ex-governador Sinval Guazelli naquele mesmo prédio. Britto lembrou que, no seu governo, “o PFL teve conduta exemplar”, liderado pelo então Secretário da Saúde , Germano Bonow.


José Serra não vai renunciar à candidatura
A afirmação é do presidente do PSDB, José Anibal, em resposta à pressão do PFL, que condicionou a aliança

O presidente nacional do PSDB, deputado José Anibal (SP), descartou a retirada da candidatura de José Serra (PSDB-SP) à Presidência da República em resposta a uma nota oficial divulgada ontem pelo PFL em que o partido condiciona o retorno à base aliada à saída de Serra da disputa.

Na nota, o presidente da sigla, Jorge Bornhausen, dá um ultimato para a troca do candidato tucano por apoio do partido a um novo candidato do governo. “As portas estão fechadas", disse Anibal, referindo-se à possibilidade de Serra desistir.

Anibal afirmou ainda ter se surpreendido com a nota do PFL, uma vez que, segundo ele, no jantar ocorrido na segunda-feira no Palácio da Alvorada, o próprio Bornhausen não fez nenhuma menção nesse sentido ao presidente Fernando Henrique Cardoso. "No jantar, em nenhum momento houve pedido de renúncia no modo como foi expresso na nota", disse José Anibal.


PT define estratégia contra PPS
O PT tem em Antônio Britto (PPS) seu principal inimigo nas eleições ao Governo do Estado e já definiu uma estratégia especial para combater o ex-governador gaúcho. A linha adotada será a de confrontar o que foi a administração do ex-governador e a do atual chefe do Executivo, Olívio Dutra.

Francisco Vicente, secretário-geral do PT, diz que os petistas apostam numa polarização da campanha entre Britto e Tarso Genro, porque o ex-governador, um liberal explícito, tem a capacidade de agregar setores sociais do conservadorismo gaúcho e alguns partidos, como o PTB. Ele complementa que as desistências do senador Pedro Simon (PMDB) e do deputado estadual Sérgio Zambiasi (PTB) em participar da eleição ao Piratini foram fatores predominantes para isso acontecer. "É ele que devemos combater. Vamos mostrar o quanto foi nefasto ao RS o governo Britto", promete Vicente. Para o secretário do PT, no debate político a ser realizado pela Frente Popular "não haverá lugar para baixarias".


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Crematórios
O deputado estadual do PMDB José Ivo Sartori desarquivou projeto de sua autoria que regula os serviços de cremação no Estado, que devem passar por licitação.

Quarto mandato
O deputado federal do PPB, Fetter Junior, em terceiro mandato na Câmara Federal, foi escolhido candidato único do partido em Pelotas para disputar a reeleição em outubro.

Excesso de terra
Para o pré-candidato ao Senado pelo PPB, Hugo Mardini, “o caso do Brasil é excesso de terra e falta de gente”. Mardini refere-se às novas invasões do MST, que obedecem a um plano de guerrilha rural com infiltração de representantes das Farc.

Enchentes
A senadora do PT Emilia Fernandes entregou ao Ministério da Integração Nacional e à Defesa Civil pedido do governo gaúcho de liberação de R$ 7 milhões para os municípios atingidos pelas enchentes. A senadora informou que mais de 12 mil pessoas foram desabrigadas e agricultura e estradas foram atingidas.

Busca imediata
Poderá ser votado hoje na Assembléia Legislativa o projeto Busca Imediata, da deputada estadual do PT Maria do Rosário, que visa diminuir o índice de oito crianças desaparecidas por dia no Estado.

Nota 10
No seu Boletim da Cidadania, na internet, o vereador da capital Adeli Sell , do PT, dá nota 10à 17ª DP, que desmantelou um esquema de prostituição infantil. Reclama do Conselho Tutelar, por não cercear a venda de bebidas a crianças próximo ao Mercado Público.


Editorial

JOVENS DESEMPREGADOS

Mês a mês o país se depara com um preocupante índice de desemprego, que penaliza principalmente os jovens recém lançados no mercado de trabalho. A geração que está na faixa etária entre 15 e 25 anos deveria inspirar esperanças de um futuro melhor para toda a nação, mas, ao contrário, é o centro de um desalento que ronda a população economicamente ativa, uma massa de mais de 17 milhões de pessoas.

De acordo com a FEE (Fundação de Economia e Estatística), o desemprego na Região
Metropolitana de Porto Alegre para indivíduos entre 18 e 24 anos foi de 23,5% em março, o mês que tem os últimos dados atualizados. Em termos gerais, o desemprego na Região Metropolitana foi de 15,8%. Percebe-se claramente, na comparação entre os dois percentuais, como a juventude é atingida com a escassez de ofertas no mercado de trabalho.

A taxa de jovens à procura de emprego contribui para o aumento da média geral de desempregados, já que, na faixa entre 25 e 39 anos, por exemplo, a taxa ficou em 13,4%. Os números da FEE também mostram que, no ano passado, os jovens entre 18 e 24 anos foram a faixa que teve menor recuo no desemprego, caindo apenas 0,8 ponto percentual, de 25,3% para 24,5%. A média geral, por sua vez, recuou 1,7 ponto percentual.
Em termos nacionais, a situação não é diferente. Desde meados do ano passado, o desemprego medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vem apresentando elevação. Em março deste ano, a taxa de desemprego atingia 7,1%, contra 6,5% no mesmo mês de 2001. No entanto, paradoxalmente, o número de pessoas ocupadas aumentou 1,2% ao longo desses 12 meses. Ou seja, se aumentou a ocupação e, ao mesmo tempo, o desemprego cresceu, fica claro que as vagas criadas não foram suficientes para absorver o contingente de jovens que deveriam ter ingressado no mercado. E certo que 2001 foi um ano atípico, com choques brutais na economia e um crescimento tímido do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,5%. Mas o desemprego juvenil não é um fato novo: vem se confirmando ano após ano desde a década de 90. Há programas, como o do Primeiro Emprego, em nível estadual, que devem ser reconhecidos pela sua tentativa de reduzir a falta de perspectivas para os jovens trabalhadores. Iniciativas como essas são boas, mas apresentam-se como meros paliativos, e ficam longe de solucionar por completo o problema. Ante cenários macroeconômicos persistentemente adversos, com altas taxas de juros, pesada carga tributária e atraso na reforma nas leis trabalhistas que desonerem o emprego, fica difícil projetar a saída para o desemprego juvenil. O futuro desses jovens poderia, contudo, ser diferente se os passos que se arrastam vagarosamente, como a flexibilização da CLT, fossem dados com mais rapidez. A lentidão nesse sentido pode deixar como legado a afirmação de ue, sem emprego e perspectivas para os jovens,


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05/08/2002


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