Aprovados embaixadores para Finlândia, Sudão e Serra Leoa



Por unanimidade de votos, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou três mensagens presidenciais com indicações de diplomatas para chefiar embaixadas brasileiras. Na primeira, Armando Vitor Boisson Cardoso é indicado para o cargo de embaixador na Finlândia e, cumulativamente, na República da Estônia. Também foi acolhida a indicação do diplomata Antonio Carlos do Nascimento Pedro para a embaixada no Sudão e do embaixador na Guiné, José Fiúza Neto, para o cargo cumulativo de representante diplomático do Brasil em Serra Leoa. As indicações seguem para deliberação em Plenário.

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Finlândia

Durante arguição na CRE, Boisson Cardoso lembrou os 600 anos em que a Finlândia permaneceu sob domínio da Suécia, ficando depois sob a égide da Rússia e, posteriormente, da União Soviética. Com a queda do muro de Berlim, observou, o país pôde se aproximar da União Européia e hoje é membro efetivo do bloco.

Segundo ele, a economia finlandesa teve na madeira, papel e celulose suas fontes principais de riqueza, num primeiro momento, e, posteriormente, cresceram as atividades em eletrônica e turismo. O comércio bilateral atingiu US$ 1,4 bilhão em 2007, com destaque para a venda de aviões da Embraer para a Finnair, empresa finlandesa de aviação, disse Boisson Cardoso.

Em seu parecer favorável à indicação, o senador Marco Maciel (DEM-PE) lembrou haver sete acordos entre Brasil e Finlândia de relevância comercial e econômica, bem como memorandos de entendimento sobre aspectos climáticos e práticas produtivas menos nocivas ao meio ambiente.

Sobre as relações comerciais entre os dois países, relatório do Itamaraty ressalta investimentos de empresas finlandesas no Brasil no setor de telecomunicações, com destaque para a única fábrica de celulares da Nokia fora da Finlândia, localizada em Manaus, exportando para todo o mundo. Também há empreendimentos finlandeses para extração de celulose do eucalipto em empreendimento conjunto com a brasileira Aracruz, bem como cooperação em termelétricas.

Sudão

Segundo parecer do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Antonio Carlos de Nascimento Pedro, indicado para a embaixada do Brasil no Sudão, possui ampla experiência no campo de direito internacional dos direitos humanos, tendo chefiado inúmeras delegações brasileiras em distintos fóruns. Brasil e Sudão intensificaram suas relações a partir de 2004, quando aquele país estabeleceu embaixada em Brasília.

Ao falar durante da reunião da CRE, Nascimento Pedro disse que o Sudão passa por momento de complexidade política, buscando a consolidação de um modelo moderno de federação.

Segundo o diplomata, são duas questões principais que precisam ser resolvidas: a região Sul que, depois de 25 anos de guerra, está em paz e almeja governo compartilhado; e o conflito de Darfur, que ficou ainda mais dramático depois do mandato de prisão contra seu presidente, Omar Hassan Al-Bashir, emitido pelo Tribunal Penal Internacional. Ele destacou esforços na busca de uma saída política para a questão, sendo que Estados Unidos, Egito e Katar estão empenhados em promover um processo de pacificação na região, destacou.

Nascimento Pedro disse que o Sudão é exportador de petróleo, com um potencial inexplorado que pode render boas relações com o Brasil. Como o Sudão está em momento de transição interna e externa, há possibilidade de haver uma intensificação das relações bilaterais, explicou.

Em resposta ao presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Nascimento Pedro disse ser estável a situação no Sudão, havendo, no entanto, grande expectativa em torno da escolha da população entre fragmentação ou unidade do país.

Ele explicou que a guerra civil com a parte sul durou 30 anos e, somente em 2005, foi assinado um acordo de paz, com regras de compartilhamento de riquezas. Em 2011, haverá um referendo sobre a secessão da parte sul, afirmou.

Segundo o diplomata, Darfur é uma região que faz fronteira com o Chad, onde, em 2003, os rebeldes atacaram instalações governamentais. Há milhares de refugiados e, apesar do acordo de paz assinado em 2006, a situação permanece tensa e indefinida, porque os movimentos rebeldes estão divididos.

Serra Leoa

Como Fiúza Neto já é embaixador na Guiné e foi indicado para representar o Brasil, cumulativamente, em Serra Leoa, não houve necessidade de seu comparecimento à reunião da CRE. Segundo relatório do Itamaraty, ele é um especialista em assuntos relativos à África e nas relações do Brasil com países africanos. Açúcar e fumo estão entre os principais itens da pauta de exportações do Brasil para Serra Leoa.

Da redação / Agência Senado



07/05/2009

Agência Senado


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