Aprovados novos embaixadores para Eslováquia e Botsuana



Dois países com boas perspectivas de crescimento econômico – um na Europa Oriental e outro na África – terão novos embaixadores brasileiros. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (3), pareceres favoráveis às mensagens presidenciais de indicação da ministra de primeira classe Susan Kleebank e do ministro de segunda classe Márcio Araújo Lage para exercerem, respectivamente, os cargos de embaixadores do Brasil junto à República Eslovaca e a Botsuana. As mensagens ainda serão votadas pelo Plenário.

Em sua exposição aos senadores, Susan Kleebank – cuja indicação teve como relator o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) – afirmou que o governo eslovaco vem adotando medidas de controle fiscal e redução de gastos, como resposta à crise internacional. Mesmo diante dessa conjuntura, porém, os investimentos externos na Eslováquia aumentaram 4,5% no ano passado.

Estão representadas naquele país – que se tornou independente da antiga Tchecoeslováquia em 1993 – mais de 100 grandes empresas norte-americanas, além de grandes firmas europeias como a Volkswagen, que pretende produzir ali metade do volume de automóveis atualmente fabricados pela empresa no Brasil. Segundo a embaixadora indicada, o governo eslovaco pretende transformar Bratislava, a capital do país, em um grande centro de alta tecnologia, onde já estão presentes empresas como a Microsoft e a HP.

Ela ressaltou a presença, naquele país, da empresa brasileira Embraco, fabricante de compressores de refrigeração, que emprega mais de duas mil pessoas, e anunciou a intenção de levar, para a Eslováquia, estudantes brasileiros beneficiados pelo programa Ciência sem Fronteiras.

A Eslováquia pode ser considerada a “nova Suíça da Europa Oriental”, disse ela ao concordar com comentário feito durante a reunião pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que já esteve no país várias vezes. Mas a melhor definição, de acordo com a embaixadora, seria a de um “Vale do Silício” europeu.

Durante o debate, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou o fato de a Eslováquia ter hoje uma primeira ministra, Iveta Radicova, ao mesmo tempo em que o Brasil conta com a sua primeira presidente, Dilma Rousseff. Por sua vez, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a capacidade da Eslováquia de superar os problemas enfrentados atualmente por toda a Europa.

África

O embaixador designado para Botsuana definiu o país africano como uma “florescente democracia, que conta com significativa estabilidade e crescimento econômico”. Segundo Araújo Lage, já está sendo negociada a adoção, por Botsuana, do padrão nipo-brasileiro de televisão digital. Além disso, observou, empresas brasileiras poderão interessar-se por grandes obras de infraestrutura planejadas por aquele país, como as de irrigação de novas terras agrícolas e uma ferrovia que poderá atravessar Botsuana de leste a oeste, ajudando a conectar Moçambique, banhada pelo oceano Índico, à Namíbia, junto ao Oceano Atlântico.

- Botsuana está no centro da África Austral e pode vir a ser um núcleo de novas oportunidades de investimento e exportações – disse Lage, cuja mensagem de indicação teve como relator o senador Luiz Henrique.

Após a exposição, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou a política externa brasileira, por ampliar o número de embaixadas do país em todo o mundo, mesmo em países que poderiam ser considerados pequenos, como Botsuana. Por sua vez, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) manifestou interesse pela opinião atual dos países africanos sobre o Brasil. Ele relatou recente visita à Bolívia, onde afirmou ter percebido muita admiração pelo Brasil.



03/05/2012

Agência Senado


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