Arábia Saudita oferece grandes oportunidades a empresas brasileiras, afirma embaixador
Existem "oportunidades crescentes"na Arábia Saudita para empresas brasileiras de setores como energia e telecomunicações, disse nesta quinta-feira (28) o ministro de segunda classe da carreira diplomática Sergio Luiz Canaes, cuja indicação para o cargo de embaixador em Riade recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Ele observou que o país árabe vai investir US$ 1,5 trilhão ao longo dos próximos dez anos em obras de infra-estrutura.
Na opinião do diplomata, empresas brasileiras poderão beneficiar-se desses investimentos, uma vez que o Brasil é visto com simpatia na região e tem enviado diversas missões comerciais à Arábia Saudita. O comércio bilateral - atualmente de US$ 3,2 bilhões anuais - é levemente deficitário para o Brasil. Mas o esforço exportador brasileiro poderá alterar esse quadro nos próximos anos, segundo previu o embaixador indicado, após lembrar que a Embraer vendeu 20 aviões para a Arábia Saudita entre 2005 e 2007.
O relator da mensagem de indicação de Canaes, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), considerou importantes os esforços de aproximação com a Arábia Saudita - que detém um quarto das reservas mundiais de petróleo, segundo o embaixador - e com a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). Até porque, como sublinhou Cristovam, o Brasil poderá vir a ingressar na Opep caso se confirmem as novas grandes jazidas de petróleo na Bacia de Santos, no litoral brasileiro. Canaes exercerá também, cumulativamente, os cargos de embaixador junto à República do Iêmen e ao Sultanato de Omã.
Eslovênia
A CRE aprovou também pareceres favoráveis às mensagens presidenciais de indicação de Débora Vainer Barenboim e Maria Auxiliadora Figueiredo para os cargos de embaixadoras, respectivamente, na Eslovênia e na Costa do Marfim. Todas as mensagens serão ainda submetidas ao Plenário.
Ministra de segunda classe da carreira diplomática, Débora Barenboim elogiou a consolidação democrática da Eslovênia, que definiu como um "país jovem em uma região conturbada", e anunciou a intenção brasileira de estabelecer um entreposto comercial no porto de Koper, na Eslovênia. Esse entreposto, previu, poderá abrir caminho para um mercado potencial de mais de 100 milhões de pessoas na Europa Central.
As relações diplomáticas entre Brasil e Eslovênia foram estabelecidas em 1992. Débora Barenboim será a primeira embaixadora brasileira no país, de dois milhões de habitantes. E o governo esloveno decidirá em breve, segundo o relator da mensagem, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), se abre embaixada em Brasília ou um escritório de representação comercial em São Paulo.
Indicada para o cargo de embaixadora na República da Costa do Marfim, a ministra de segunda classe Maria Auxiliadora Figueiredo exercerá cumulativamente os cargos de embaixadora junto à Libéria e a Serra Leoa. Ela afirmou que o governo brasileiro pretende cooperar nos processos de busca de paz nos três países, afetados por conflitos internos.
O possível retorno de um esforço de cooperação para o desenvolvimento, disse ela, não seria apenas político. A embaixadora ressaltou que esses países podem representar um "imenso mercado" para empresas brasileiras de construção civil e mineração. O relator da mensagem de indicação de seu nome foi o senador César Borges (PR-BA).
28/02/2008
Agência Senado
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