Empresas brasileiras enfrentam "concorrência agressiva" das chinesas na África, afirma embaixador



As empresas brasileiras estão enfrentando uma "agressiva concorrência" das empresas chinesas na África, segundo relatou o embaixador designado para a República do Congo, Affonso José Santos. A mensagem presidencial contendo a sua indicação recebeu, nesta quinta-feira (29), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Segundo o embaixador, a China abriu linhas de crédito para países africanos no valor de US$ 50 bilhões. E as empresas daquele país não estão apenas interessadas nas matérias-primas africanas, mas também em obras de infra-estrutura. Ele relatou que empresas chinesas já construíram prédios públicos em países como a Nigéria e depois recusaram-se a cobrar pela obra.

- A presença chinesa preocupa as nossas empresas de construção. A iniciativa de abertura desta embaixada me parece extremamente oportuna - disse Santos em sua exposição inicial aos senadores da comissão.

Santos será o primeiro embaixador brasileiro residente em Brazzaville, capital do Congo, país de língua oficial francesa, de 342 mil quilômetros quadrados, com 3,8 milhões de habitantes. Nas três guerras civis ocorridas em seguida à independência, ele relatou, foram registrados mais de dez mil mortos. Agora, disse o embaixador, o país começa a recuperar-se, especialmente com os recursos obtidos pela venda de petróleo e de minérios.

O petróleo e a construção civil são, de acordo com Santos, os principais pontos de interesse para o Brasil no Congo. Atualmente, o petróleo responde por quase a totalidade das importações brasileiras daquele país, que alcançaram US$ 136 milhões em 2007 - contra US$ 49 milhões em exportações. A empresa Andrade Gutierrez, ele informou, estaria concluindo uma negociação com o governo do Congo sobre o pagamento de uma dívida relativa à construção de uma rodovia. A indicação teve como relator ad hoc o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

A CRE também aprovou parecer favorável à mensagem de indicação do ministro de segunda classe Fernando José Marroni de Abreu para o cargo de embaixador brasileiro na Jordânia. A mensagem teve como relator ad hoc o senador Romeu Tuma (PTB-SP), que defendeu maior aproximação do Brasil com os países do Oriente Médio.

Em sua exposição aos senadores, Marroni classificou a Jordânia como um "elemento de moderação" na região. Informou que a Petrobras vai explorar, juntamente com uma empresa francesa e outra jordaniana, jazidas de xisto betuminoso na Jordânia. Além do xisto, observou o embaixador, existem ali importantes jazidas de fosfato e potássio.

Ao comentar essas informações, o senador João Tenório (PSDB-AL) afirmou que a Jordânia dispõe das matérias-primas necessárias à produção de fertilizantes, os quais considerou um "produto estratégico para o mundo de hoje". A reunião da CRE foi presidida pelos senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG).



29/05/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arábia Saudita oferece grandes oportunidades a empresas brasileiras, afirma embaixador

Feira na África do Sul rende US$ 13,5 milhões a empresas brasileiras

Empresas brasileiras já respondem por 10% do PIB angolano, diz embaixador

Embaixador destaca presença de empresas brasileiras em Cuba

Empresas brasileiras investirão no Marrocos, informa embaixador

Pescadores de Itaqui enfrentam concorrência no rio Uruguai