Arlindo Porto cobra medidas contra protecionismo
O senador Arlindo Porto (PTB-MG) defendeu que a Organização Mundial do Comércio (OMC) modifique, com urgência, algumas regras que regem o comércio internacional, a fim de se evitar o protecionismo praticado por vários países desenvolvidos, principalmente, pelos Estados Unidos. Essas práticas prejudicam muito países como o Brasil, que ainda não têm uma economia forte, observou o senador.
Arlindo Porto elogiou recente decisão tomada pela OMC contrária aos interesses norte-americanos. Os Estados Unidos, explicou, estavam premiando empresas americanas que denunciassem concorrentes estrangeiras pela prática de dumping - estratégia de venda com preços abaixo do custo - e a organização considerou essa atitude incompatível com as regras do comércio internacional.
- Com essa medida, eu vejo que a OMC está mudando um pouco sua visão em relação ao protecionismo norte-americano. Nós não podemos concorrer em um mundo de economia globalizada se os Estados Unidos utilizam o poderio econômico para esmagar a economia de outros países - analisou Arlindo Porto.
O senador, porém, lamentou que a organização ainda não tenha tomado qualquer providência em relação a denúncias feitas pelo Brasil, à época em que Arlindo Porto era ministro da Agricultura (1996), dando conta das elevadas taxas impostas pela Europa e pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Para exemplificar, Arlindo Porto citou os casos da importação de suco de laranja pelos EUA, cuja tributação é de US$ 460 por tonelada exportada, e do fumo brasileiro que vai para os EUA, que tem uma sobretaxa de 358% sobre o valor do produto. Lembrou ainda que o frango brasileiro exportado para a Europa tem uma sobretaxa de 29%.
- Eu penso que o Brasil deve se colocar abrindo o assunto à discussão para que possam ser mudadas as regras da OMC, porque nosso país ou outros países produtores de produtos primários não conseguem concorrer com esses países que, naturalmente, têm uma economia industrial muito mais forte que a nossa - sugeriu o senador.
20/09/2002
Agência Senado
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