Arlindo protesta contra medida que atinge duas universidades mineiras



O senador Arlindo Porto (PTB-MG) protestou nesta quarta-feira (dia 5) contra a representação do Ministério da Educação à Procuradoria Geral da República, que levou esta última a impetrar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido pela inconstitucionalidade da criação, na forma de autarquias, das universidades do Estado de Minas Gerais (UEMG) e Estadual de Montes Claros (Unimontes).

- Esse é um motivo de intranqüilidade para uma comunidade diretamente afetada de quase 50 mil pessoas - assinalou o senador.

Para Arlindo, independentemente dos aspectos formais, a medida demonstra profunda insensibilidade social e política.

- Não pode o ministério ferir a autonomia do estado de Minas Gerais em criar suas universidades. São Paulo criou três universidades estaduais, entre as quais a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), que prestam excelente serviço. Minas está suprindo o papel que é do governo federal - afirmou.

O senador José Alencar (PMDB-MG) sugeriu que a representação mineira no Senado tente levar o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, até a cidade de Montes Claros para que ele conheça de perto o que está acontecendo e o trabalho desenvolvido pelas duas universidades.

- Hoje, até o desenvolvimento da economia de Montes Claros se faz pelo desenvolvimento da rede escolar, especialmente da Unimontes - acrescentou Alencar.

Apontando dados do censo universitário de 2000, Arlindo disse que, no final do ano passado, mais de 1,5 milhão de alunos se formaram no segundo grau, contra 658 mil de 10 anos atrás. Segundo ele, a demanda por curso superior está subindo em 20% ao ano e o governo federal não tem expandido a oferta de vagas.

- O esforço dos estados deveria ser bem visto e não contido, pois 40% do ensino superior devem ficar nas mãos do estado e não de particulares, sob risco de comprometer o desenvolvimento da ciência e tecnologia - explicou Arlindo.

O senador do PTB sugeriu ainda que o governo federal viabilize o financiamento dos estudos superiores para quem não tem recursos; aumente a oferta de cursos noturnos nas universidades federais; estimule e sustente o desenvolvimento de áreas de interesse estratégico; oferte pelo menos 40% das vagas em instituições públicas; cuide da qualidade do ensino; e defina uma política viável de ensino a distância, aproveitando a internet.

05/09/2001

Agência Senado


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