Armínio Fraga faz balanço da política econômica na Comissão de Orçamento



O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, comparece à Comissão Mista de Orçamento nesta quarta-feira (dia 4), às 14h30, para avaliar o impacto e os custos fiscais das políticas monetária, creditícia e cambial implementadas pelo governo no ano 2000. Trata-se da primeira reunião de audiência pública conjunta convocada pelo presidente da CMO, deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), com a participação das Comissões de Assuntos Econômicos e de Fiscalização e Controle, do Senado, e das Comissões de Finanças e Tributação, de Economia, Indústria e Comércio e de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara dos Deputados.

No dia seguinte (dia 5), às 10h, a CMO debate com o secretário do Tesouro Nacional, Fábio de Oliveira Barbosa, o crescimento da dívida pública e os gastos da União com o pagamento de juros. A reunião é a primeira da Jornada de Debates sobre a Dívida Pública Brasileira, por meio da qual Goldman pretende levar especialistas e técnicos do governo para tratar de assuntos polêmicos, como aumento da carga tributária, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), política cambial e gastos com juros.

Antes dessas duas audiências públicas, a CMO realiza outra reunião, nesta terça-feira (dia 3), às 18h, para apreciar dois relatórios favoráveis à aprovação das contas do presidente da República relativas aos anos de 1995 e 1999. Os relatórios foram apresentados, respectivamente, pelo deputado João Leão (PSDB-BA) e pelo senador Jonas Pinheiro (PFL-MT).

Metas Fiscais

A pauta da CMO inclui ainda a apreciação de três mensagens enviadas pelo Ministério da Fazenda com avaliações das metas fiscais referentes ao ano de 1999 e respectiva metodologia. Para as três mensagens, o senador Luiz Pontes (PSDB-CE) apresentou relatório global onde registra que a meta de superávit primário (diferença entre receitas e despesas não-financeiras) prevista no orçamento da União para 1999 - de R$ 16,3 billhões - "foi cumprida com folga".

Para o senador, o superávit primário de fato atingido - de R$ 21,5 bilhões, correspondente a 2,13% do Produto Interno Bruto (PIB) - leva ao questionamento da sustentabilidade do ajuste fiscal. Segundo Pontes, "há forte pressão de setores importantes da sociedade pela redução da carga tributária, particularmente dos tributos cumulativos, e pela expansão das despesas de pessoal e de benefícios, efeito que se sentirá diretamente com um reajuste mais vigoroso do salário mínimo". Essas pressões comprometeriam o ajuste fiscal porque, na opinião do senador, ele é baseado em aumento de receitas transitórias, como as provenientes de concessões, ou "muito distorcidas", como seria o caso das alíquotas da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

02/04/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Armínio Fraga fala nesta 4ª à Comissão de Orçamento sobre política econômica

Armínio Fraga apresenta a comissões da Câmara e do Senado balanço das contas do governo

Armínio Fraga virá ao Congresso explicar política monetária

CÂNDIDO FAZ BALANÇO DA POLÍTICA ECONÔMICA EM 99

Armínio Fraga descarta dolarização

ARMÍNIO FRAGA DEPÕE NA CPI DOS BANCOS