Armínio Fraga descarta dolarização
Fraga observou que a economia brasileira está apresentando sinais importantes de fortalecimento, com a estabilização do déficit fiscal, a adoção das principais reformas estruturais (previdenciária, administrativa), a melhora crescente das finanças estaduais, principalmente agora que foi aprovada a Lei de Responsabilidade Fiscal e feito o saneamento dos bancos estaduais, além da transparência política e da constante queda dos juros.
Nem mesmo a elevação da taxa anual de juros básicos de 15,25% para 15,75%, anunciada pelo Banco Central nesta quarta-feira (dia 21) é motivo para preocupação, insistiu Fraga.
- Não há perigo de mudança brusca dos rumos da economia que apresenta indicativos saudáveis e, se reforçados esses fundamentos, no futuro vamos olhar para trás e ver que esse ambiente de incertezas foi uma etapa do amadurecimento econômico do país - assegurou Armínio Fraga para quem as oscilações do mercado não passam de movimentos conjunturais próprios da economia global.
Fraga admitiu que a dívida pública do Brasil está crescendo mas explicou que uma política fiscal séria e a queda de juros constante podem resolver esse problema.
- O balanço de pagamentos deve ser visto dentro de um contexto dinâmico. Nós temos hoje um déficit em conta corrente maior que nos anos anteriores e isto está provocando a elevação de nosso passivo externo, mas essa situação vai reverter-se pois a economia está se aquecendo - reforçou.
Voltando à questão da dolarização, o economista esclareceu que as conjunturas econômicas do Brasil, da Argentina e do México não podem ser comparadas. No caso da Argentina ele lembrou que a adoção paulatina do dólar naquela economia é decorrente de uma situação histórica e foi vista como natural. Já quanto ao México, que passou por processo similar em 1994, ele recordou que a economia enfrentava um elevado déficit em conta corrente e perspectivas financeiras negativas. O que não é o caso do Brasil, acentuou.
22/03/2001
Agência Senado
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