ARRUDA: CRISE MOSTRA QUE REFORMAS SÃO URGENTES



O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) considerou hoje (dia 30) que a principal lição a ser tirada da crise nas bolsas é que o Brasil precisa avançar nas reformas constitucionais. A seu ver, o Plano Real mostrou-se forte diante da situação, mas é necessário dar bases permanentes a ele, principalmente em relação ao déficit público.

- Uma economia estável, como é a nossa hoje, com índices de inflação de países desenvolvidos, é uma proteção importante para os choques externos, inclusive os especulativos. No entanto, não dá para sair desta crise esquecendo que a estabilização econômica está baseada em mecanismos provisórios e, por isso, devemos votar as reformas, em especial a tributária - afirmou.

Na opinião de Arruda, o Brasil mostrou, nesta crise, que possui credibilidade no mercado internacional. "Grande parte dos investimentos que voltaram para o país deve-se à nossa inserção na economia mundial", ponderou o senador, assinalando que o Brasil perdeu cerca de R$ 3 bilhões em virtude do problema, mas parte desse valor deverá ser recuperado.

FERNANDO HENRIQUE E MENEM 

Comentando o discurso proferido anteriormente pelo senador Pedro Simon, Arruda discordou que o presidente da Argentina, Carlos Menem, e o presidente Fernando Henrique Cardoso têm políticas semelhantes. No seu entender, o populismo do presidente argentino assemelha-se mais a políticos como os ex-governadores de São Paulo Adhemar de Barros e Orestes Quércia.

Em apartes, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), também reportando-se ao pronunciamneto de Simon, lamentou que esteja "valendo tudo" nas alianças eleitorais e defendeu uma reforma política. Já o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) destacou que é muito difícil para o seu partido decidir logo se terá candidatura própria ou se apoiará a reeleição de Fernando Henrique.

Por sua vez, o senador Pedro Simon informou que requereu a convocação do presidente do Banco Central, Gustavo Franco, para debater a crise nas Bolsas. E o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) frisou que o seu partido propôs uma reforma tributária e, por isso, não se pode atribuir à oposição a não-votação das reformas.



30/10/1997

Agência Senado


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