ARRUDA DESTACA CRÍTICA CONSTRUTIVA DO DONO DO GRUPO VOTORANTIM



O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), ao registrar hoje (dia 22) entrevista concedida pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes à revista Veja desta semana,disse que ele contribuiu para o país "com sua visão crítica construtiva". Arruda afirmou que a entrevista teve o mérito de "aceitar o debate" a seu ver aberto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista anterior, dada à mesma revista.

O importante, para o líder do governo no Congresso, é que o país atravessa um momento em que "os problemas estão vindo à tona", pois vive-se "um regime democrático pleno e estabilidade econômica, que retirou o véu que encobria ineficiências nas empresas privadas e na máquina pública".

Ao comentar as opiniões do dono do grupo Votorantim, Arruda destacou que o empresário assinalou, por um lado, que a inflação está controlada e que o governo imprimiu seriedade à administração pública. Por outro lado, conforme salientou, Antonio Ermírio avaliou que isso ainda é pouco, que a saúde e a educação estariam abandonadas, os salários estagnados, e que, apesar de concordar com a Lei Kandir pelo estímulo às exportações, considera que os governadores têm razão ao reclamarem das perdas de receita por ela impostas.

Além disso, observou Arruda, o empresário anunciou que promoverá a abertura do capital do grupo e, ao criticar o ritmo acelerado da abertura comercial brasileira, deu o exemplo da situação do Votorantim: grande produtor nos setores de cimento e metalurgia, extinguiu 20 mil empregos desde 1990 para "enfrentar a concorrência", que é "boa, só que o governo não deu tempo para a indústria de base se adaptar", citou o senador.

Para José RobertoArruda, o cimento nacional estava entre os mais caros do mundo e o exemplo dado pelo empresário demonstraria que "a economia está exigindo dos tradicionais capitães-de-indústria do início do século uma modernização cultural e de procedimentos".

Quanto ao alegado abandono em que estaria a educação brasileira, o senador manifestou sua discordância com o empresário. Para o líder do governo, "em dois anos e meio, silenciosamente, se fez mais pela educação fundamental do que nos últimos 20 anos". Ele citou a aprovação das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e de Reforma do Ensino Fundamental e Valorização do Professor, a retirada de 35 mil crianças do trabalho em carvoarias e conseqüente colocação no sistema de ensino e a instalação de parabólicas nas escolas públicas.

Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) cumprimentou Arruda por uma defesa do governo que, segundo o representante petista, não estaria sendo feita nem pelo próprio presidente da República. Este, conforme Lauro, teria admitido "o exagero" da abertura comercial, mas atribuiu o erro que sucateou vários setores da economia ao governo Fernando Collor, sendo que "Gustavo Franco conservou o exagero e o aumentou".

22/09/1997

Agência Senado


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