Mercadante defende a adoção de uma pauta construtiva pelo Congresso



O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) considerou, nesta quinta-feira (3), que o Congresso deve concentrar esforços em uma pauta construtiva, voltada ao aprimoramento da legislação tributária e de fomento ao desenvolvimento. Tal caminho ajudaria o país, conforme acrescentou, a atravessar de forma segura o atual período de turbulência internacional, provocado pela crise financeira e eventual recessão nos Estados Unidos.

Mercadante reconhece o papel fiscalizador do Congresso, mas adverte que a agenda política não pode se resumir a denúncias e obstruções. Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lembrou que, nos últimos 60 anos, 2006 e 2007 foram os dois únicos anos a registrar taxa de crescimento da economia maior que a taxa de inflação. Segundo assinalou, a economia cresceu 6% neste início de ano, apesar do cenário adverso de recessão e de turbulência financeira internacional.

- Estamos num crescimento econômico puxado pelo mercado interno e pelo mercado de consumo de massas. As pesquisas do setor privado e os dados do IBGE mostram que há uma massa da ordem de 20 milhões de pessoas que estão deixando a situação de pobreza e passando a uma situação de classe média, de acesso ao mercado de consumo. As vendas de automóveis continuam batendo todos os recordes no país, mais de três milhões de veículos vendidos e produzidos neste ano que passou - destacou.

Também lembrou que as vendas de eletrodomésticos cresceram 40% e que o país já conta com 10,4 milhões de computadores, o que poderá favorecer a inserção mundial do Brasil no século XXI. Ressaltou ainda que o atual governo desonerou a cesta básica de alimentos, a cesta de material de construção e a compra e venda da casa própria, além de ter criado o crédito consignado, que, como destacou, tem facilitado o consumo de bens duráveis e melhorado o padrão de vida de amplos setores assalariados.

- É este Brasil que espera uma agenda que seja exatamente a agenda da sustentabilidade e do desenvolvimento. Eu não acredito que, à crise internacional, o Brasil possa estar totalmente imune. Mas, se hoje a mais grave crise financeira do pós-guerra não atinge o Brasil, é porque temos US$ 195 bilhões em caixa, porque o crescimento da economia está pautado pelo consumo interno e pelo investimento. Os Estados Unidos são hoje apenas 15% de nossas exportações, quando eram, há cinco anos, 25% - observou, lembrando que o país ampliou negócios com a China, Índia, África e países da América Latina nos últimos anos.



03/04/2008

Agência Senado


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