ARRUDA DIZ NÃO TER MAIS DÚVIDA SOBRE NECESSIDADE DE PROIBIR ARMA DE FOGO



No debate que se seguiu às exposições feitas na audiência pública que discutiu a proibição de armas de fogo, o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) disse que, se tivesse alguma dúvida sobre a necessidade urgente de limitar-se o uso dessas armas, estaria agora convencido em razão dos argumentos dos que se opuseram à limitação.
Ele começou criticando Marcelo Torres, representante da Associação dos Proprietários e Comerciantes de Armas, o qual, em sua exposição, indagou com que direito os senadores queriam legislar sobre esse assunto. Arruda respondeu que com o direito conferido pelas urnas. "Vamos legislar dentro das regras do sistema democrático e não é a moral de quem sobrevive vendendo armas para gerar violência nesse país que vai nos impedir", avisou.
Arruda também condenou a forma como Marcelo Torres referiu-se aos criminosos, classificando-os como "animais de duas patas". "Me parece que o Sr. se referiu a seres humanos que cometeram crimes nas cidades. Acontece que a Constituição e as leis exigem respeito humano a todos os cidadãos, inclusive àqueles que tenham cometido crimes. Então refuto o linguajar que o Sr. usou nesta tribuna", disse ainda o senador.
Excetuando a exposição do representante da Associação dos Proprietários e Comerciantes de Armas, Arruda definiu todos os outros argumentos como uma contribuição importante para o aperfeiçoamento dos projetos que tratam do assunto, em tramitação no Senado. Ele reconheceu que a proibição pura e simples da venda de armas pode ir em sentido contrário à eficácia desejada, mas opinou que o bom senso e o equilíbrio fatalmente determinarão a abertura de exceções que vão contemplar os colecionadores, os que sobrevivem da caça, os atletas que participam de competições e outros que lidam com armas.

13/01/2000

Agência Senado


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