Arthur Virgílio anuncia que PSDB obstruirá entrada da Venezuela no Mercosul



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), anunciou ao Plenário, em discurso nesta segunda-feira (4), que seu partido decidiu obstruir qualquer votação, no Senado e na Câmara, de algum acordo para a entrada da Venezuela no Mercosul, até que o presidente Hugo Chávez se retrate "da grosseria" que fez ao Senado brasileiro. Ele apresentou requerimento para que o Senado aprove voto de repúdio às declarações de Chávez.

Arthur Virgílio criticou as ações de Hugo Chávez e lamentou que ele, entre outras coisas, esteja levando seu país a uma corrida armamentista, sob o argumento de que deve se preparar contra uma invasão dos Estados Unidos.

- Hugo Chávez é um homem perigoso. Ele faz uma corrida armamentista não para defender a Venezuela dos Estados Unidos. Ele sabe que isso seria uma inutilidade. Ele está seguindo o padrão do ditador que, no final, enlouquece. Essa corrida vai terminar levando a Venezuela a guerrear com um país vizinho antes da derrubada do ditador - afirmou. O senador citou a Colômbia como vizinho que poderia enfrentar uma guerra com a Venezuela.

Conforme o líder do PSDB, o acordo do Mercosul contém uma "cláusula democrática", já usada à época do presidente Fernando Henrique Cardoso. Lembrou que, diante de uma ameaça de golpe de estado no Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai comunicaram que os paraguaios eram livres para escolherem até mesmo o caminho da ditadura, mas teriam de fazê-lo fora do Mercosul. Virgílio acredita que a decisão dos três países ajudou a evitar o golpe.

O senador criticou o assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, por conceder entrevista manifestando pontos de vista sobre Hugo Chávez diferentes das idéias do chanceler Celso Amorim. Observou que o presidente Lula, seguindo idéias de assessorescomo Marco Aurélio,chegou a desfilar em carro aberto com ditadores africanos e a sofrer "derrotas vexatórias" em eleições para o Banco Interamericano de Desenvolvimento e para a Organização Mundial do Comércio. Para ele, Lula "custou a compreender" que não cabe sentimentalismo nas relações entre países, como ocorreu com a Bolívia de Evo Morales.

Arthur Virgílio foi apoiado pelos senadores Mão Santa (PMDB-PI) e Sérgio Guerra (PSDB-PE). Guerra ponderou que nenhum país democrata deve estimular líderes que não sejam democratas.

04/06/2007

Agência Senado


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