Arthur Virgílio aponta "contradição" do governo Lula quanto a privatizações



Em discurso nesta sexta-feira (27), o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), criticou o que considerou contradições do governo Lula em relação à privatização. Segundo o senador, o presidente da República tentou, durante todo o segundo turno da campanha eleitoral, criminalizar essa prática, como se fosse danosa para a economia nacional, e, no entanto, estaria propondo agora a privatização das rodovias federais.

O programa do PT para o possível segundo mandato do presidente Lula prevê, conforme divulgado na imprensa, a concessão de exploração de rodovias à iniciativa privada e participação de empresas por meio de parcerias público-privadas, o que foi considerado pelo senador como proposta de privatização das estradas.

Para Arthur Virgílio, o presidente Lula é "uma contradição ambulante, sobretudo no campo da ética". O líder do PSDB destacou que o governo do presidente Lula continua envolvido em atos que "misturam corrupção e mentira", embora os institutos de opinião e pesquisa apontem grande vantagem do candidato do PT.

- Não quero fazer prognóstico. Eleição é fato normal. Anormal é o Lula. O resultado que a eleição gerar eu respeitarei. Acho autoritária a expressão que diz 'cada povo tem o governo que merece'. O povo sabe votar muito bem e faz parte do processo histórico acertar e errar em eleições. Mas a advertência está feita: se ele (Lula) se reeleger, terá problemas pessoais em razão dos problemas públicos que criou. Esses problemas são problemas da Nação inteira. O nome dele é Luiz Inácio Lula Crise da Silva - disse.

Mandado

Em seu discurso, Arthur Virgílio também manifestou repúdio ao episódio ocorrido na manhã do dia 25 deste mês em um hotel em Marabá (PA), quando uma delegada e alguns agentes da Polícia Federal, sob a alegação de que cumpririam um mandado de busca e apreensão, entraram no apartamento ocupado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e revistaram a bagagem do parlamentar, à procura de material impresso que conteria críticas à senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) e aos aliados de sua candidatura ao governo do estado, como o deputado federal reeleito Jáder Barbalho (PMDB-PA).

- Eles não se lembram de investigar o Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), que está em regime de reclusão voluntária. Ele só espera a eleição e depois volta, não duvido, como tesoureiro do PT - comentou.

Arthur Virgílio também destacou nota publicada na coluna do jornalista Cláudio Humberto, segundo a qual o juiz Marcos Augusto de Sousa, da 2ª Vara Federal de Brasília, determinou a citação do presidente Lula, de diversas pessoas e empresas de publicidade como responsáveis pelo desvio de R$ 12,5 milhões, os quais seriam utilizados na confecção de cartilhas institucionais que não teriam sido impressas. A citação foi feita em decorrência de ação popular impetrada pelo advogado Vinicius Rodrigues, de Taguatinga (DF).

- Isso me constrange. Banalizou-se a corrupção e o desprezo pela coisa pública no Brasil. Uma ação popular por desvio de dinheiro público mistura o nome do presidente da República a desconhecidos. Um escândalo novo abafa um escândalo anterior. Os antigos ficam pendentes e insolúveis. Vem um novo escândalo, a opinião pública esquece o escândalo antigo, acaba anestesiada e se concentra no escândalo novo. Por isso a maioria dos mensaleiros se elegeu. Os sanguessugas não se reelegeram - disse.

O senador pelo PSDB amazonense também comentou reportagem que deverá ser publicada pela revista Época neste final de semana, segundo a qual na avaliação do Palácio do Planalto o presidente licenciado do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP),sabia que seus assessores Osvaldo Bargas e Jorge Lorenzetti negociavam o dossiê contra integrantes do PSDB com a família Vedoin desde o início de agosto. De acordo com a matéria, eles foram aos Vedoin levados por políticos de Mato Grosso, depois que Vedoin acusou o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) de envolvimento no esquema de superfaturamento de ambulâncias. Segundo as informações governistas, o depoimento dos Vedoin contra Antero teria custado R$ 2,5 milhões.



27/10/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arthur Virgílio aponta equívocos no governo Lula

Arthur Virgílio pede coerência ao PT e aponta erros do governo Lula

Arthur Virgílio aponta fracasso nas políticas públicas do governo Lula

Virgílio aponta incoerência no governo Lula

Arthur Virgílio faz balanço do primeiro ano do governo Lula

Arthur Virgílio vê "bateção de cabeça" no governo Lula