Arthur Virgílio apresenta novo pedido de instalação de CPI, dessa vez sobre o caso Santo André
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou pedido de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar e apurar as circunstâncias do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002, em São Paulo. O documento registra as 27 assinaturas necessárias para a CPI.
- Meu pedido de CPI vem acompanhado de 27 assinaturas de homens e mulheres briosos que não retirarão seus nomes da lista. Não haverá o gesto calhorda (não retirem minha palavra dos Anais da Casa, porque não permito) de assinar e "desassinar" - garantiu.
Arthur Virgílio instou o governo a assegurar a transparência que o presidente Lula tanto prometeu em praça pública.
- Tomara que o governo não tenha medo do episódio de Santo André, como tem pavor de investigar o caso Waldomiro Diniz - disse o senador.
O requerimento propõe a criação de uma CPI com 11 senadores titulares e seis suplentes, com prazo de 180 dias, para apurar a morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, bem como as denúncias de corrupção na prefeitura, amplamente divulgadas pela imprensa.
Arthur Virgílio afirmou que o que derruba um governo, ou a ordem constituída, é mais a dúvida do que a acusação. A oposição, disse o senador, "já provou que é perfeitamente capaz de investigar falcatruas e malversação de verbas públicas", enquanto continua a discutir e votar projetos importantes para garantir a governabilidade do país. Ele lembrou que a CPI do Banestado está em sua fase final "e nada aconteceu com a democracia brasileira".
- O PT precisa derrubar essas falácias segundo as quais as galáxias irão se chocar e o universo acabar, se houver investigações sobre corrupção dentro de seu governo. Se nada houver, ótimo, as acusações caem. Se houver, os responsáveis devem ser responsabilizados e o governo continuar a governar - disse.
O líder do PSDB disse ainda que, caso o PT continue a bater na tecla de que os pedidos da oposição para instalar CPIs visam a desestabilizar o governo, por analogia, será preciso interpretar seu intento de propor CPIs, durante o governo anterior, como tentativas de desestabilizar a ordem constituída, o que ele considerou "um fato grave".
11/03/2004
Agência Senado
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