Alvaro Dias: entrevista de irmão de Celso Daniel "dá novos contornos" ao caso Santo André



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou da tribuna que a entrevista que o médico João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito petista Celso Daniel, de Santo André (SP), assassinado em 2000, concedeu no final de semana ao jornal O Estado de S. Paulo "inegavelmente dá novos contornos" ao caso.

Na entrevista, João Francisco afirma que o secretário particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, lhe disse por duas vezes, inclusive na presença de testemunha, que tinha a incumbência de levar dinheiro de propina para o PT e esse dinheiro era entregue ao então presidente do partido, José Dirceu. Alvaro Dias leu vários trechos da entrevista, lembrando que foi a primeira vez que João Francisco falou publicamente sobre a história da suposta corrupção depois que Supremo Tribunal Federal arquivou pedido da Procuradoria Geral da República, em agosto de 2002, para investigar a denúncia.

Conforme reportagem de O Estado de S. Paulo, João Francisco e seu irmão Bruno Daniel Filho "não vão cruzar os braços, não vão dar folga à polícia e ao PT enquanto não derrubarem a tese oficial da Secretaria de Segurança - encampada categoricamente pelo partido - que empurra o caso para a vala do crime comum". A matéria lida pelo senador contém ainda outra frase do médico João Francisco: "Meu irmão foi vítima de um crime encomendado".

O senador Alvaro Dias informou ainda que, em editorial, o jornal paulista afirma que "uma coisa é certa: a esta altura, uma CPI sobre o caso tornou-se indispensável". Em aparte, o senador Arthur Virgílio Neto (AM), líder do PSDB, lembrou que tenta criar a CPI do "caso Celso Daniel" há um ano e três meses, mas só ouve dos governistas que a oposição está querendo transformar o Senado em delegacia de polícia.

- Nós queremos desvendar a roubalheira que envolvia petistas em Santo André, e não investigar o assassinato, que é coisa da polícis - disse Virgílio.

Alvaro Dias disse ainda que a inclusão do nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre as 100 pessoas mais importantes neste momento no mundo, feita pela revista Time, "não deve ser por conta do aumento do desemprego, da estagnação econômica, pela reforma agrária parada". Ele disse que, apesar de criticar os erros do governo Lula, discorda da colocação do nome de Lula ao lado do terrorista Osama Bin Laden.



19/04/2004

Agência Senado


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