Arthur Virgílio cobra explicações do ministro da Justiça sobre laudo da PF sobre "lista de Furnas"
Em pronunciamento em Plenário, nesta terça-feira (20), o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM) cobrou do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, explicações sobre o último laudo emitido pela Polícia Federal (PF) atestando a autenticidade da chamada "lista de Furnas". Arthur Virgílio deu 24 horas para o ministro demonstrar que não exerceu qualquer espécie de influência sobre a PF para que produzisse o laudo dando credibilidade ao documento.
A "lista de Furnas", trazida a conhecimento público pelo lobista Nilton Monteiro, é uma relação contendo nomes de vários políticos da base do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Os parlamentares constantes da lista são acusados de terem se beneficiado de recursos governamentais para subvencionar suas campanhas eleitorais em 2002.
Arthur Virgílio citou várias perícias realizadas por institutos brasileiros de análise de documentos comprovando a falsidade da lista.
- Os peritos identificaram como falsos os papéis utilizados para a montagem das lista, bem como as rubricas e a assinaturas atribuídas a Dimas Toledo [ex-diretor de Furnas] - lembrou o senador.
Em seu pronunciamento, o senador questionou os procedimentos utilizados pela PF para declarar a autenticidade do documento. Ele criticou o fato de a PF não ter realizado operação de busca e apreensão nos computadores da residência do lobista Nilton Monteiro, mesmo sabendo que respondia a vários processos por falsificação.
- Nilton Monteiro não trabalha e não tem renda própria há anos. Por que a Polícia Federal jamais o interrogou sobre como tem sobrevivido nos últimos tempos? Quem paga suas viagens de avião, seus hotéis e os restaurantes caros que freqüenta? - indagou.
Em aparte, vários senadores apoiaram Arthur Virgílio confirmando a falsidade da "lista de Furnas". O1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) defendeuMárcioThomaz Bastos. Tião Viana informou que ele ainda não havia dado explicações a Arthur Virgílio simplesmente porque, na sua condição de ministro da Justiça, não poderia adotar qualquer posicionamento que pudesse significar interferência nas investigações da PF.20/06/2006
Agência Senado
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