Arthur Virgílio conclama Dilma Rousseff a dar explicações ao Congresso



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), conclamou a chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, a comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos para prestar esclarecimentos ao Congresso e ao povo brasileiro. Segundo o parlamentar, a ministra e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alvez Guerra, "apontada como seu braço direito", estariam sob suspeição de ter montado um banco de dados sobre o uso desse mecanismo de crédito pelo governo Fernando Henrique Cardoso para constranger e silenciar a oposição.

Arthur Virgílio afirmou que a ministra Dilma não lhe parece ser corrupta em relação a dinheiro, mas ponderou que "contrabandear papéis" seria uma forma de corrupção.

- Estão esperando que fiquemos acuados, com medo dos dados a serem divulgados. Mas estão enganados, porque nós queremos que todos os gastos do governo passado cheguem à opinião pública. Acredito na democracia brasileira, não existe clima para golpe ou para terceiro mandato. Estão desdenhando da maturidade do povo brasileiro: há imprensa livre, há Poder Judiciário, há Ministério Público e Congresso vigilante - enfatizou.

Para o senador, essa suspeita será esclarecida e colaborará para o fortalecimento da democracia brasileira. E se mostrou convicto de que novos desdobramentos sobre o episódio virão à tona na próxima semana, até que os fatos estejam totalmente esclarecidos.

- Estou cansado de atos covardes, de bodes expiatórios, de gente simples instada a pagar por crimes de gente graúda. Teremos o caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo de novo? Se for, espero que o desfecho também seja igual, com a responsabilização dos reais envolvidos - comentou.

O líder tucano lembrou ter ido até o Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (26), pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que divulgasse seus gastos com cartões corporativos. Caso não haja resposta a essa solicitação, Arthur Virgílio já prometeu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para obtê-la. No Palácio do Planalto, disse ter sido recebido por Erenice Gerra, que lhe teria garantido estar investigando o caso.

- Eu até fiquei convencido de que ela estava falando a verdade. Agora, vejo tratar-se de uma pessoa perigosa. Ela é conhecida como o faz-tudo da Casa Civil. O nome de D.Ruth foi citado 23 vezes no dossiê, ficando clara a intenção de mostrar, sem ordem cronológica, compras com cartões corporativos que poderiam ser comprometedoras como guloseimas e artigos de luxo. Será que ela é tão inocente assim? - indagou.

Ditadura

Na ocasião, o senador pelo Amazonas também assinalou a passagem, nesta sexta-feira (28), dos 40 anos do assassinato do estudante Edison Luiz pela polícia, durante a ditadura militar. Segundo declarou, depois de tantos episódios tristes e sangrentos da ditadura, novamente será preciso defender a democracia contra "atos de alopragem de gente que não sabia de nada, que não tinha visto nada".

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que o governo está invadindo a privacidade dos cidadãos brasileiros, com tecnologia de última geração, e acabando com a democracia. No seu ponto de vista, pode estar se repetindo o episódio do caseiro Francenildo porque o governo não se cansaria de "fazer bisbilhotice", mas ninguém seria punido.

28/03/2008

Agência Senado


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