Arthur Virgílio concorda com líder do PFL na avaliação de pesquisas sobre o governo Lula
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), pediu a inclusão, nos registros do Senado, de artigo do líder do PFL, senador José Agripino (RN), publicado no último dia 7 no jornal O Globo, que trata das recentes pesquisas de opinião sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para os dois senadores, os resultados positivos dos levantamentos não atestam necessariamente que o governo esteja obtendo êxito.
- A realidade brasileira demonstra que o país sofre com a elevada carga tributária, com as estradas danificadas e com denúncias de irregularidades por parte de membros do alto escalão do governo - apontou Arthur Virgílio, para quem os bons índices econômicos são transitórios, já que, segundo ele, o parque industrial opera em sua capacidade máxima e o Brasil carece de novos investimentos.
Já José Agripino, no texto intitulado "Leve brisa de otimismo", alerta para a existência de "questões complexas e exemplos históricos que devem ser observados" antes de se chegar a conclusões sobre a trajetória do governo Lula. Ele cita o caso de Hitler, na Alemanha, que apesar de ter sido responsável pelo genocídio de milhões de judeus, alcançou altos índices de popularidade após obter sucesso no combate ao desemprego. Em contrapartida, lembra José Agripino, Nelson Mandela deixou a presidência da África do Sul com a economia em "situação delicada", mas teve seu governo admirado pelo fato de ter vencido o apartheid (sistema oficial de segregação racial que era praticado nesse país privilegiando a minoria branca).
"Uma explicação para a subida dos índices do governo Lula é a vontade da população brasileira de que finalmente as coisas dêem certo. As pessoas se preocupam com seu dia-a-dia e querem a quase todo custo um futuro melhor. A esperança depositada no ex-metalúrgico eleito presidente da República ainda é muito grande", sustenta o líder do PFL.
No artigo, José Agripino também argumenta que, a despeito dos índices positivos na macroeconomia nacional, é preciso atentar para o fato de que grande parte dessas taxas tem como base o Produto Interno Bruto (PIB) de 2003, que foi negativo. Ele ainda chama a atenção para estimativas que indicam que o Brasil vai receber, até o final de 2004, US$ 8,5 bilhões em investimentos diretos, o que representa 1/4 do que foi investido em 2000.
23/09/2004
Agência Senado
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